quarta-feira, 15 de fevereiro de 2017

De viola em punho


Edição e revisão: Marsel Botelho







                                                                                           A música de Ricarte  é puro alimento para alma.




Louvados sejam os deuses das canções enluaradas, das que brotam da terra e do som faceiro da viola, tecendo melodias e versos que se harmonizam com a voz do cantador. Esta semana, o destaque vai para Jackson Ricarte, da Cidade de Senador Pompeu (CE), radicado em São Paulo há mais de 20 anos e que acaba de lançar seu primeiro álbum, “Estrada Afora”. Produzido pelo próprio artista e com direção musical de Levi Ramiro e Ricardo Vignini, o CD conta com 13 faixas, que vão lhe transportar por caminhos de sabores e aromas tipicamente das terras brasis. Ricarte estudou viola caipira na Escola de Música do Estado de São Paulo, “Tom Jobim”. Participou da Orquestra Paulistana de Viola Caipira como Solista e da Orquestra de Viola Caipira de São José dos Campos como assistente regente do diretor musical Ivan Vilela. Apesar de sua estada no Sudeste por mais de duas décadas, percebe-se que as influências nordestinas se fazem bem presentes na música desse cearense violeiro.

 Em “Estrada Afora”, Jackson Ricarte teve participações especialíssimas de amigos: Dani Lasalvia, Cícero Gonçalves, Kátya Teixeira, Ruthe Glória e Socorro Lira.  Para ouvir essa declaração de amor ao bom gosto, é bom reunir os amigos debaixo da lua, ao lado do seu amor (e um bom vinho para acompanhar). “Beija Flores e Sabiás” (JR) abre o CD e tem participação de Ruthe Glória, que canta versos assim: “Mandei todos os beija-flores roubarem um beijo da flor/Onde está guardado o meu amor.” A segunda canção é literalmente uma “Roda de Viola” (Aidê de Jesus/Levi Ramiro), a participação desta vez é de Kátya Teixeira.

A terceira faixa traz como destaque uma das vozes femininas mais bonitas de que temos notícia: Dani Lasalvia, na poética “Folhas” (JR), empresta e harmoniza a voz ao canto de Jackson. O violeiro Ricardo Vignini, que dispensa apresentação, deixa registrada sua técnica e sua viola na cantiga “Ipês Amarelos”, canção que Jackson Ricarte dedica à sua amada, Vanessa de Andrade Ricarte. Quando nos deparamos com um CD com qualidade poética e musical como esse, vem à tona o quanto há de dissonância na grande mídia formadora de opinião, emburrecida e distante desse tipo de produção cultural. “Estrada Afora” (Levi Ramiro), nome que dá título a essa maravilha de trabalho, é um convite a se colocar o ouvido fora do convencional e mergulhar nos ribeirões de águas claras, pisar o chão batido pelo carro de boi e cheirar o perfume da flor que só quer que o dia amanheça.

Em “Notícias do Sertão” (Braga/Cícero Gonçalves), a participação fica por conta de Cícero Gonçalves, que entoa os versos com Ricarte. “Viola Carpideira” (JR) tem a viola guitarra do Vignini chorando e o aboio de Kátya Teixeira para emoldurar a canção. “Sertões” (Cicero Gonçalves/Luiz Avelima) é uma canção executada literalmente pelos amigos nordestinos, Ricarte do Ceará e a paraibana Socorro Lira, além do paraibano Avelima. A poesia em “Noites” (JR) nos encanta mais ainda na voz de Ruthe Glória. O CD está em todas as plataformas digitais. Para conhecer mais o artista, acesse: https://www.facebook.com/jacksonricartemusico.

6 comentários:

  1. Parabéns amigo Jackson, seu belo trabalho está rendendo frescos frutos da manhã

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  2. Hoje, um dia muito especial na minha carreira. Recebi esse presente finíssimo do produtor musical Dery Nascimento. Além do trabalho em destaque na coluna Planeta MPB do Metrô News, recebi a primeira crítica musical, um texto lindo, descrevendo com paixão e cuidado o meu primeiro álbum Estrada Afora. Só tenho que agradecer pelo reconhecimento e gentileza! Agradeço também ao Marsel Botelho pela Edição e revisão. Abraços hermanos! E viva a música Brasileira!

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  3. Esse disco já tenho na minha coleção, tá aqui em casa !!

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  4. Magnífico trabalho. Ótimas músicas. Não sai mais do meu carro.Realmente muito bom!

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  5. Curtir "Estrada Afora" é como rever locais jamais visitados, estar com amigos jamais conhecidos, ouvir poesias jamais cantadas.
    Muita sorte ter acompanhado uma pequena parte desta obra-prima da música brasileira.
    Parabéns Jackson!!!

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