Edição e revisão: Marsel Botelho
A música o acompanha desde os tempo de criança
Quando
a música que existe dentro de nós vale mais por si mesmo
o seu fazer do que para nós o seu poder de gerar grana, o salto qualitativo é
maior, e menor a resposta financeira imediatista: a riqueza cultural tem de
falar mais alto dentro e fora de nós. O cantor, compositor e violonista, Pabllo
Moreno, acaba de lançar seu primeiro álbum: “Blues e Baião”. Direção e arranjos
assinados pelo guitarrista e violonista João Netto, o álbum apresenta dez
canções autorais.
Com
vinte e cinco anos, apesar de jovem, sua bagagem musical é admirável, mais
ainda àqueles que iniciam uma carreira no cenário artístico nacional. Com
apenas oito anos, Pabllo, radicado em São Paulo, integrou a “banda
Maracamangue”, que fazia a chamada música “Manguebeat”, de raiz pernambucana, cujo
movimento musical que eclodiu trouxe ao mundo o saudoso e visionário Chico
Science. Na “banda Maracamangue”, o pequeno Pabllo (que também ilustrou a capa
do CD) tocava “alfaia”, instrumento de percussão. Desse ponto, nasce o gosto
mais acentuado pela música.
Seu
pai, o guitarrista e violonista João Netto, integrou a banda de Dominguinhos
por mais de 12 anos, até a morte de nosso maior sanfoneiro. Entretanto, em 2001,
Pabllo passou a cuidar da sanfona do mestre Dominguinhos, inclusive em seu
último “show”, no dia 13 de dezembro de 2012, na Cidade de Exu (PE). Esses onze
anos, convivendo direto com o mestre, foram fundamentais para seu crescimento
como músico, cantor e compositor, com o crédito de ter comungado livremente de
tudo o que acontecia no círculo musical de Dominguinhos.
A
música de Pabllo pode ser vista por inúmeros prismas de influência: Luiz
Gonzaga, Chico Buarque, João Gilberto, Ivan Lins, João Bosco, Belchior,
Gilberto Gil e, claro, Dominguinhos. O artista faz parte da nova safra de
cantores pernambucanos que devem ganhar os palcos de todo o país. Desde 2009, o
músico escreve canções para festivais, um “mass media”, decerto, que dele
exigiu cada vez mais, aperfeiçoando seu ofício. Não é fácil ser um artista
independente em um país de grandes contradições, onde o que se consome em
abundância é uma futilidade autofágica que, como tal, já vem, desde a origem,
descompromissada com o que se entende por cultura.
Pabllo
Moreno, em sua ainda curta, mas promissora jornada, certamente fertilizará os
palcos brasileiros com o diferencial de sua essência de autor. O CD abre com o lindo samba “Sai pra Lá”. Pabllo
emociona com o tema “A Flor da Carnaíba”: a poesia, intuitivamente, nos faz
viajar pela região do Alto Pajeú, na direção norte do Sertão pernambucano. – Quem
será essa flor que mereceu tal poema?
“Branquinha”
é um tema no qual o artista noticia um amor do tempo do colegial. “Praia da
Ilusão” é um samba que descreve a famosa Itapuama, que fica no Cabo de Santo
Agostinho (PE), zona costeira de Pernambuco, lugar paradisíaco. Toda criança
tem inúmeros anseios: na canção “Profissão de Sonhador”, o artista consegue trazê-los
e fazê-los arte e beleza. Tem muito mais para se ouvir, compre direto do
artista pela rede social https://www.facebook.com/pabllo.moreno
ou pelas plataformas digitais.
Parabéns Dery Nascimento pela publicação dessa matéria. Como bem mencionou, um jovem talento que canta, compõe e toca suas próprias canções em seu violão. Tenho uma admiração profunda por ele e considero um filho muito querido. Sucesso, Pabllo!
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