quarta-feira, 8 de fevereiro de 2017

Blues, Baião e Tudo Mais



Edição e revisão: Marsel Botelho







                                                                                           A música o acompanha desde os tempo de criança


Quando a música que existe dentro de nós vale mais por si mesmo o seu fazer do que para nós o seu poder de gerar grana, o salto qualitativo é maior, e menor a resposta financeira imediatista: a riqueza cultural tem de falar mais alto dentro e fora de nós. O cantor, compositor e violonista, Pabllo Moreno, acaba de lançar seu primeiro álbum: “Blues e Baião”. Direção e arranjos assinados pelo guitarrista e violonista João Netto, o álbum apresenta dez canções autorais.

Com vinte e cinco anos, apesar de jovem, sua bagagem musical é admirável, mais ainda àqueles que iniciam uma carreira no cenário artístico nacional. Com apenas oito anos, Pabllo, radicado em São Paulo, integrou a “banda Maracamangue”, que fazia a chamada música “Manguebeat”, de raiz pernambucana, cujo movimento musical que eclodiu trouxe ao mundo o saudoso e visionário Chico Science. Na “banda Maracamangue”, o pequeno Pabllo (que também ilustrou a capa do CD) tocava “alfaia”, instrumento de percussão. Desse ponto, nasce o gosto mais acentuado pela música.

Seu pai, o guitarrista e violonista João Netto, integrou a banda de Dominguinhos por mais de 12 anos, até a morte de nosso maior sanfoneiro. Entretanto, em 2001, Pabllo passou a cuidar da sanfona do mestre Dominguinhos, inclusive em seu último “show”, no dia 13 de dezembro de 2012, na Cidade de Exu (PE). Esses onze anos, convivendo direto com o mestre, foram fundamentais para seu crescimento como músico, cantor e compositor, com o crédito de ter comungado livremente de tudo o que acontecia no círculo musical de Dominguinhos.

A música de Pabllo pode ser vista por inúmeros prismas de influência: Luiz Gonzaga, Chico Buarque, João Gilberto, Ivan Lins, João Bosco, Belchior, Gilberto Gil e, claro, Dominguinhos. O artista faz parte da nova safra de cantores pernambucanos que devem ganhar os palcos de todo o país. Desde 2009, o músico escreve canções para festivais, um “mass media”, decerto, que dele exigiu cada vez mais, aperfeiçoando seu ofício. Não é fácil ser um artista independente em um país de grandes contradições, onde o que se consome em abundância é uma futilidade autofágica que, como tal, já vem, desde a origem, descompromissada com o que se entende por cultura. 

Pabllo Moreno, em sua ainda curta, mas promissora jornada, certamente fertilizará os palcos brasileiros com o diferencial de sua essência de autor.  O CD abre com o lindo samba “Sai pra Lá”. Pabllo emociona com o tema “A Flor da Carnaíba”: a poesia, intuitivamente, nos faz viajar pela região do Alto Pajeú, na direção norte do Sertão pernambucano. – Quem será essa flor que mereceu tal poema?

“Branquinha” é um tema no qual o artista noticia um amor do tempo do colegial. “Praia da Ilusão” é um samba que descreve a famosa Itapuama, que fica no Cabo de Santo Agostinho (PE), zona costeira de Pernambuco, lugar paradisíaco. Toda criança tem inúmeros anseios: na canção “Profissão de Sonhador”, o artista consegue trazê-los e fazê-los arte e beleza. Tem muito mais para se ouvir, compre direto do artista pela rede social https://www.facebook.com/pabllo.moreno  ou pelas plataformas digitais.

Um comentário:

  1. Parabéns Dery Nascimento pela publicação dessa matéria. Como bem mencionou, um jovem talento que canta, compõe e toca suas próprias canções em seu violão. Tenho uma admiração profunda por ele e considero um filho muito querido. Sucesso, Pabllo!

    ResponderExcluir