Edição e revisão: Marsel Botelho
A Música de Edson Frank é com certeza seu auto retrato
Primeira
matéria do ano na seção “Sem Palavras”, que destaca álbuns instrumentais,
começando com o CD “Voo Livre” do compositor, arranjador, guitarrista e
produtor guarulhense, Edson Frank, que acaba de sair do forno pronto para ser
degustado por pessoas de ouvidos aguçados, que mergulham na imensidão das
melodias sem palavras. Dirigido, arranjado e programado pelo próprio músico,
coproduzido pelo guitarrista Armando Leite, o álbum apresenta 8 temas, que vão nos
conduzir por um voo de imagens e jogos musicais de refinada inspiração.
Realizado
com recursos do “FunCultura”, Efrank volta a gravar depois de 26 anos. Nos
álbuns anteriores, o próprio artista tocava a maioria dos instrumentos e se
utilizava de diversas “programações”. Em “Voo Livre”, Edson nos deu o privilégio
de ouvi-lo tocar e gravar com Eder Luis (bateria), Helder Jonnas (baixo),
Emerson Marciano (baixo “fretless”), Fabrício Santana (teclados) e Paulo Moraes
(sax, clarinete e flauta).
A
música, por assim dizer, nasce instrumental e os poetas gostam de vê-la trajada
de palavras. Não obstante, Edson a consagra nua e deixa que cada um que a ouça
possa vesti-la de forma apropriada, porque não dizer apropriando-se de seus
contornos harmônicos e melódicos. Muitas vezes a música não se deixa seduzir de
logo ou facilmente pela palavra-poesia e resiste às vestimentas vérsicas,
insistindo em sua nudez sonora. Efrank é um artesão de ritmos, de timbres e um
aficcionado por climas: certamente, sua música é capaz de nos revelar
pictográficas harmonias que nos remetem a lugares por ela sugeridos; na
realidade, tais lugares são ideogramas sonoros que nossa imaginação elabora,
conscientemente ou não.
As
crônicas de Edson com a música começam no início dos anos 60, numa banda
formada no colégio, “Pusher”, influenciada pelos “hits” das eras “Beatles”, “Rolling
Stones” e tantas outras: era o que acontecia aos jovens ao serem apresentados à
música dessa magnífica trupe; decerto, tal arrebatamento juvenil, nos dias atuais,
é algo inimaginável. Bom, mas isso é outra história.
Seu
primeiro álbum solo aconteceu em 2002, “Festa Pop”, depois vieram: “Digital
Performance” (2004), “Tons & Telas” (2006), “Olhar Digital” (2007), “GuitarFusion”
(2011), “BiSexto” (2012) e “Imprisean” (2014). “Voo Livre” reúne composições
inéditas e outras que fazem parte de alguns desses álbuns, além de uma
composição pinçada do álbum “HotSpot Project Vol.1” (2010), que o músico compôs
e produziu com o tecladista e produtor, este colunista, Dery Nascimento.
Enquanto aconteciam as gravações em estúdio, Efrank produziu mais dois álbuns, “In
The Box” (2015) e “Pedra Louco Pedra” (2016).
Em
“Voo Livre”, você irá ouvir: “Substância Tóxica”, “Madrugada”, “O Nome da
Música”, “Caixa de Sonhos”, “Feliz Natal”, “Regia”, “Balada”, “Para Dançar”. A
proposta que Edson Frank nos faz é a de um passeio em um “voo livre sem amarras”,
sem palavras as canções serão textualizadas por cada um e para todos nós.
Obrigado, Edson, por nos proporcionar esse belo voo.
Para
comprar acesse: https://efrankemvoolivre.wordpress.com/
Maravilha... obrigado meu querido... valeu mesmo... abração!!!
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