Edição e revisão: Gesu Costa
Quais caminhos a música ainda vai trilhar?
É impressionante a evolução, nas últimas seis
décadas, do formato de ouvir músicas. A modernidade sempre batendo à porta com
novas propostas para satisfazer os ouvintes e, muito mais, a indústria
fonográfica. Quem tem menos de 40 anos, não teve a felicidade de manusear o
famoso e inesquecível Disco de Vinil ou LP. Os discos de vinil (material
plástico feito de pvc normalmente na cor preta) surgiram no final da década de
1940 para substituir os discos de 78 rotações (fabricados com goma-laca) que
eram utilizados desde 1890.
Leves e com capacidade de armazenamento superior ao discos de 78 RPM, os
vinis, além de registrar a sonoridade de sua banda ou cantor(a) preferido,
traziam em suas capas e encartes verdadeiras obras de artes e também as letras
e fichas técnicas completas. Confesso que eu era um aficionado por essas
leituras de ficha técnica. Os LPs tinham um problema sério, arranhava com
facilidade pelo manuseio errado, impossibilitando assim a execução de uma faixa
ou de ambos os lados. Outro problema eram os chiados que apareciam com um certo
tempo.
Prestes a se tornar um quarentão,
eis que surge o nascimento dos Compact discs (CD) lançado em agosto de 1982 na
Alemanha pela Polygram, com a promessa de maior capacidade, durabilidade,
clareza, e, o melhor, decretando o fim dos famosos chiados. Com toda essa
propaganda, o Vinil foi ficando para trás até ser literalmente substituído.
De cara, o CD deixou para traz os famosos encartes e capas. Mas os
amantes dos LPs ainda defendem que frequências altas e baixas foram perdidas
com essa mídia digital. A pergunta é direta, alguém que está lendo este texto
que tenha mais de 40 anos se recorda de pirataria enquanto os Vinis reinaram?
Com o advento do CD, equipamentos que faziam compilação, o mercado foi sendo
corrompido pela pirataria.
Mas os CDs estão com os dias contados, desde a aparição de vendas de
mídias em MP3 e agora em Streaming. As gravadoras, em sua maioria, já estão
adotando a venda online e eliminando a possibilidade do disco físico. Confesso
que esse formato não me agrada já que sou um colecionador, quero poder manusear
o disco (CD). Ninguém imaginava que, com o fim do Vinil, a mídia física iria
ficar cada vez mais rara.
Com diversas plataformas digitais no mercado, podemos ouvir em nossos
celulares, tabletes, computadores o som que escolhemos, porém nem todos os
artistas ou álbuns estão disponíveis. O velho vinil voltou a ser utilizado nos
EUA, com um crescimento acima de 50% de acordo com o The Wall Strect Journal.
No Brasil tudo ainda caminha a passos lentos, pois a Polysom de Belford Roxo-RJ
é a única fábrica que temos por enquanto produzindo. Da Goma-Laca à venda
online, a música caminha. Os entusiastas como eu defendem a volta do vinil com
suas capas e encartes que são obras de arte a parte. Claro que a era digital é
irreversível, mas ter o disco ou CD ao alcance para dizer que é seu, não tem
preço.
O vinil certamente vai ter de voltar, não para se opor à era digital, e sim como mais uma opção para os amantes da música, tanto para os fãs desse formato, colecionadores e novos ouvintes; além de ser economicamente viável, permitirá aos jovens o contato direto com o invólucro físico de suas canções favoritas, sem risco de pirataria.
ResponderExcluirÉ o vintaje sendo esquecido meu amigo. Lamentável!
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