Edição e revisão: Gesu Costa/Patricia Chammas
Especialista em trilhas relata sua verdade em lançamento instrumental
Dando continuidade à série “Sem
Palavras”, que mergulha no universo da música instrumental, apresento-lhes esta
semana a finesse em composição: um
dos maiores e mais requisitados compositores de trilhas sonoras do Brasil, Alexandre
Guerra, que acaba de lançar seu oitavo álbum. “Longe” é uma verdadeira obra de
arte poética, com composição, orquestração e produção musical assinados pelo artista.
A execução é da Orquestra Sinfônica de Budapeste (Budapest Symphony Orchestra - BPSO), com regência de Peter Illényi e
participação do solista Rogério Wolf na flauta. Os temas foram divididos em
três partes: “Suíte para Orquestra - Longe” (Longe o Mar, Longe em Qualquer Parte,
Longe o Vento, Longe Alguém Caminha, Longe na Lembrança e Longe na Solidão), “Imagens
para Flauta e Orquestra” (Ventania, Tarde Pousada, Maria Dentro, Revoada,
Passeio de Outono, Da Janela do Trem e Antes do Amanhecer) e “Paisagens
Brasileiras para Orquestra” (Serra do Mar, Arlequim da Mata Atlântica, Enseada
ao Sul, Planalto Central, Oceano Atlântico e Amazônia).
Diferentemente dos discos anteriores,
“Longe” apresenta 18 temas que não estão ligados às suas produções de trilhas.
O jovem músico nos mostra a sua verdade, seus anseios, angústias, alegrias e
euforias. Tudo isso está contido no passeio que faremos por cada faixa.
Para quem não conhece esse grande
compositor brasileiro, apresento uma breve descrição. Alexandre Guerra iniciou
seus estudos musicais no saxofone aos 14 anos. Logo se aventurou por
experiências em arranjo e composição que, em 1990, o motivaram a submeter suas
criações à seleção de bolsas de estudo para a universidade americana Berklee
College of Music, onde estudou os compositores Howard Shore e Alan Silvestri. Guerra
foi aluno de David Spear, assistente do compositor Elmer Bernstein. Selecionado
pelo programa de bolsas do fundo Duke Ellington, em 1991 mudou-se para Boston,
onde se formou como compositor pelo departamento de música para cinema, quatro
anos mais tarde. (Fonte: www.alexandreguerra.com.br)
A suíte “Longe” nos faz imergir na
melancolia da contemplação e nos apresenta movimentos que nos transportam para
o mar, para um local distante, para lembranças... Convida-nos a caminhar lado a
lado com alguém e nos permite comungar da solidão. As imagens a nós
apresentadas a partir da magnífica flauta de Wolf e as cordas da orquestra de
Budapeste nos permitem fazer parte da história, seja contemplando os movimentos
de uma ventania, seja nos deixando envolver pela calmaria de um final de tarde.
Podemos também presenciar uma revoada, as inesquecíveis imagens através de uma
janela de trem e a beleza do amanhecer. Ao ouvir Paisagens Brasileiras, feche
os olhos e deixe a música te levar a lugares talvez nunca visitados por você. A
viagem começa na Serra do Mar e cruza o Brasil diagonalmente até a Amazônia.
Este CD é indispensável a todos os que prezam pela música de qualidade. Vida
longa ao compositor Alexandre Guerra!
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