quarta-feira, 28 de outubro de 2015

Manifesto Poesia

Foto.Alessandra Fratus
Edição e revisão: Gesu Costa


Valeu cada segundo de espera nesses cinco anos


Há alguns meses encontrei o compositor e cantor Zé Geraldo, na livraria da Vila, no lançamento do CD e livro do nosso amigo, o violeiro Chico Lobo. Falamos de seu trabalho, do novo show e, naquele papo maravilhoso que se tecia, Zé me convidava para ouvir o novo trabalho da cantora Nô Stopa.  O interessante foi que de modo mágico ele não falava como pai dela, assim é o surpreendente Zé.

Hoje, ouvindo este maravilhoso CD, “Manifesto Poesia”, que tem dez faixas, produzido por Fernando Anitelli, entendo a recomendação daquele dia. Após cinco anos do seu último trabalho, a artista nos apresenta seu terceiro registro, totalmente autoral. Os arranjos modernos foram criados em comunhão com a banda formada por: Nô e Anitelli, além dos músicos Zeca Loureiro (guitarra e violão aço), Sérgio Carvalho (baixo), Guilherme Ribeiro (teclado) e Gustavo Souza (bateria e percussão).

O título deste trabalho já direciona nossa sensibilidade poética ao longo das dez canções. Uma declaração lírica musical, que Nô nos presenteia com sua voz límpida, acontece de modo sútil. Na primeira canção “Do que é feito o Poema” (Nô Stopa/Fernando Anitelli), a artista divide os vocais com Anitelli. A parte percussiva da canção ainda acrescenta uma máquina de escrever. A participação especial do pai, Zé Geraldo, declamando o Poema "Obra" de Marco Aurélio Cremasco, enriquece a bela canção. Em “ Segue” (Tata Fernandes/Nô Stopa/Fernando Anitelli) ouve-se uma cantora bem determinada como devem ser as Divas.

“Poesias feitas de concreto/Concreto ponto de vista/De bem com a vida eu contesto/Manifesto Poesia” diz a letra da canção que dá título ao álbum, “Manifesto Poesia” (Nô Stopa/Roger Menn). “Quente” (Kleber Albuquerque/Nô Stopa) é uma canção que envereda para a temática da conquista. Vale ouvir a sonoridade produzida pelos instrumentos Vintage Vibe 64 e Mini Moog. Em “Leve Minha Asa” a cantora assina a poesia e a música e demonstra honrosamente a tradição familiar na nossa sofrida MPB. Mais uma canção assinada pela artista, “Rua do Jardim da Vida Inteira”, tem destaque para o clarinete de Simone Juliam. A cançãoPróxima Estação” (Roberta Campos/Nô Stopa) penetrou intensamente em meu coração, levando-me a passear pela selva de pedra, São Paulo. As amigas Roberta e Nô dividem os vocais da canção que é um cartão postal musicado.

 Para finalizar esta audição, ouviremos “Tô na Tua” (Alexandre Lima/Tamy/Nô Stopa), “Sala de Estar” (Nô Stopa/Kleber Albuquerque) e encerraremos com “Canto do Povo do Mar de Minas” (Kleber Albuquerque), onde todos que participaram da gravação se unem num coro magnífico, em clima de festa. CD indispensável na CDteca de quem tem bom gosto.

 Vocês estão convidados a ouvir esta declaração de amor, poesia e canção. Lançamento  do álbum "Manifesto de Poesia" no Teatro Arthur de Azevedo – Avenida Paes de Barros, 955 – Moóca – São Paulo – Tel: (11) 2605 8007.  Dia 31 de outubro, às 21 horas. Entrada gratuita.







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