quarta-feira, 22 de julho de 2015

“Abrigação”: um mergulho na arte

Foto: Lela Beltrão
Edição e revisão: Patrícia Chammas

Mundy traz universo musical
personalizado por outras vertentes da Arte

Agregar e compartilhar o talento com diversos campos da arte é algo que deve ser louvado e copiado. Assim fez o músico e cantor paulistano Ângelo Mundy, que está lançando seu primogênito, “Abrigação”, CD que foi concebido por meio de projeto de caráter coletivo.
O álbum foi produzido por Mundy em parceria com Fê Stok e Jonas Tatit. São 11 canções, oito assinadas pelo artista. Em seu encarte visualizaremos obras inspiradas nas músicas, cada uma criada por um convidado diferente.
No lançamento serão projetados 11 “vídeos-arte” que se relacionam diretamente com as canções e com essas obras visuais. Trata-se de um show cênico-musical que sintetiza os múltiplos territórios expressivos do projeto.
“Canções sobre o ser e a cidade. Aquele que em meio ao caos, próprio das metrópoles, percebe e respeita a necessidade do mergulho em si, mesmo como uma forma de encontro de eixo, de integridade, para então voltar a desabrochar para o mundo, vivê-lo. Um eterno movimento de olhar para dentro e para fora, para fora e para dentro, e encontrar pontos de equilíbrio, antídotos para dores e poesia para a vida. A cidade como espaço de descoberta de si mesmo, um espelho”, diz o cantor.
O CD conta com inúmeros músicos, o que confirma a temática de agregação entre amigos que comungam de sua arte.
Ângelo dosa com maestria a melodia e a poesia afloradas na canção que abre o CD, “Dois, Um”, uma toada que nos remete a terras de Guimarães Rosa. Um diálogo constante entre seu violão e o cello solene de Rebeca Friedmann permeia a história de amor, os encontros, as entregas, o dividir cada espaço. A música contempla a vida e nos convida a nos enxergarmos através dela.
A canção “O Zé e a Cidade” fala das condições do homem em meio ao caos urbano, tendo de matar um leão a cada dia para sobreviver. “Taquicardia” mostra uma composição pulsante do violão percussivo, costurada com a bateria e percussões novamente na temática da briga diária pela sobrevivência.
“Atadura, Oração” preza pela fé, pela proteção Divina em seu contexto, tendo como referência a matriz africana. Nela, Mundy divide os vocais com a cantora moçambicana Lenna Bahule.
O tema “Silêncio Completo” é um diálogo poético reflexivo, pontuando de maneira inteligente a hora de calar... Em “Dilúvio” (Ângelo Mundy/Nicolas Brandão), a chuva que brota do som é uma comunhão instrumental que nos ambienta e nos molha de poesia.
O compositor trabalha com a emoção da tristeza e mostra um paralelo entre as indagações e as doses de humor em “Talvez Seja Mesmo Tristeza”. A letra da canção “Eu Mal Te Conheço” traduz algo como: “eu mal te conheço, mas não consigo te esquecer”, com que muitos irão se identificar.
As três canções finais, “Engasgado” (Ângelo Mundy/Gustavo Angimahtz/Nicolas Brandão/Henrique Gomide), “Amor Nômade”, e “Bob Fala, Ouvido Ouve” (Ângelo Mundy), deixo que vocês confiram no lançamento do álbum.

Serviço
Dia 1/8/15, sábado, às 18h
Galeria Olido/Sala Olido – Avenida São João, 473 – Centro, SP
Telefone: (11) 3331-8399
Lotação: 293 lugares
Entrada franca

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