quarta-feira, 22 de abril de 2015

De olho nos palcos do Brasil

Foto: Sergio Lopez
Agradecimentos especiais a Patrícia Chammas


É comum ver o artista brasileiro sendo reconhecido em terras estrangeiras antes do que na própria terra, até mesmo por nossa produção fonográfica ser extensa e os espaços e mídias disponíveis serem escassos, dificultando, de certa forma, a divulgação dos lançamentos. Não foi diferente com a compositora, violonista e cantora paranaense radicada na Espanha há sete anos, Thaïs Morell. A artista lançou seu primeiro trabalho, “Cancioneira”, pelo selo Sedajazz Records, de Valência.
O CD, produzido por ela mesma, conta com 12 faixas, sendo nove autorais. Na ponte aérea Espanha - Rio de Janeiro - São Paulo - Curitiba, a cantora tem conquistado fãs e a mídia especializada com pequenas turnês pelas três capitais, e pretende acentuar essa frequência para mostrar sua música aos compatriotas.
A canção que abre as audições dá título a esse primeiro álbum: “Cancioneira” (T.M.). É uma ciranda que me chama a atenção pela qualidade instrumental percussiva e pelos arranjos vocais na introdução. Além de escrever primorosamente as letras de suas canções, Thaïs passeia bem por ritmos como no belo samba “Agora ou Jamais” (T.M). Chegou a hora de ouvi-la emprestar sua voz na poética “Pra Viver Mais Lento” (T.M./A. Larousse), em que o piano dialoga com a cantora.
Com uma carreira já bem consolidada na Espanha, onde toca em casas noturnas, festivais e eventos, Thaïs também realiza workshops. Sua música é inclassificável, pois a ela domina com maestria ritmos nacionais, a famosa world music e o jazz, tornando-se uma artista universal. Além das cirandas típicas do nordeste, Thaïs também compôs um belo baião intitulado “Ode a São Longuinho” (T.M.). A cantora divide os vocais com Daniel Farah, em participação especial, na bela “Passa, Repassa” (T.M.), em que a música contempla a vida e o modo de viver bem.
Para falar daqueles amores que deixam marcas profundas, ouviremos “Pindaíba” (T.M./O. Nascarella/B. Buschle). Volto a afirmar que a paranaense tem um pé forte no Nordeste – agora ela nos presenteia com o frevo-canção, “Frevinho da Flor do Caminho” (T.M.). Destaque para o belo solo de trombone de Toni Belenguer. Um cello dá as boas-vindas à poesia cantada em “Caminhos”. Lindo demais...
Thaïs assina a letra em português para “Zamba de la Candelaria” (Eduardo Falú/Jaime Dávalos). Já ouvi centenas de versões da “Ciranda da Beira da Praia” (Antonio Baracho da Silva), mas confesso que a versão da Thaïs é a minha preferida. “Casa” (T.M.) foi composta para homenagear uma casa de artista de Curitiba, “dessas casas com festas incríveis no quintal, com fogueira, danças, cantorias, músicos, piano na grama”, diz a cantora.
Finalizando essa rica audição, “Wonpe/Mingbla” (Folk/Ghana) é cantada em “igbo”, dialeto nigeriano, com várias dobras vocais, remetendo a uma sonoridade tribal africana. Mais uma vez, Thaïs imprime sua identidade ao violão, com acordes elaborados e uma técnica toda própria.
Para adquirir este CD, mande um email para: info@thaismorell.com.

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