Foto Lais Merini
Agradecimentos especiais a Patrícia Chammas
As novas gerações estão sendo presenteadas
com a reedição em CD dos três primeiros vinis da carreira do “filho do
holocausto”, como é conhecido o emblemático multiartista Jorge Mautner. A
Universal Music colocou no mercado desde fevereiro deste ano a caixa “Três Tons
de Jorge Mautner”, que trás os títulos: “Para Iluminar a Cidade” (1972), “Jorge
Mautner” (1974) e “Mil e Uma Noites de Bagdá” (1976). É uma oportunidade de sabermos o que se passava na cabeça fervorosa desse artista naquela década e poder
conferir como foram as gravações, num comparativo com os dias de hoje. O
primeiro registra o show realizado em abril de 1972 no Teatro Opinião, com nove
faixas totalmente ao vivo. O álbum traz uma seleção do que Mautner – cujas composições
começaram a surgir no final dos anos 1950 – fez musicalmente até então. O
trabalho seguinte representa a consolidação da parceria do cantor e compositor
com Nelson Jacobina, que funcionava como sua espinha dorsal. Com o falecimento
do amigo em 2012, a música de Mautner com certeza está tomando outros rumos.
Por fim, “Mil e Uma Noites de Bagdá” é um disco experimental produzido pela
dupla, que vai de temáticas orientais a batuques de candomblé.
Chegou o momento de lançar esta obra oficialmente em palcos paulistanos.
O teatro Paulo Autran do SESC Pinheiros recebe o show nos dias 27, 28 e 29 de
junho – sexta e sábado, às 21 horas, e domingo, às 18 horas. O espetáculo conta
com a participação especial de Caetano Veloso, parceiro e amigo do compositor
com quem gravou o disco “Eu Não Peço Desculpa” (2002). Além de Jorge Mautner
(voz e violino), a banda é formada por Bem Gil (voz e guitarra), Bruno Di Lullo
(baixo e voz), Marcelo Cardoso (violão e voz) e Rafael Rocha (bateria e voz). O
repertório, predominantemente autoral, traz “Vampiro”, “Super Mulher”, “Anjo
Infernal”, “Quero Ser Locomotiva”, “Sapo Cururu”, “Samba dos Animais”, “O
Relógio Quebrou” e parcerias com Caetano (“Tarado” e “Todo Errado”) e Nelson
Jacobina (“Herói das Estrelas”, “Homem Bomba” e “Maracatu Atômico”), entre
outras.
Quem é Jorge Mautner? É importante para os da nova geração, que ainda
não descobriram o Brasil musicalmente, terem acesso ao que esse fazedor de arte
produziu nos seus mais de cinquenta anos de vida artística. Somam-se 14 álbuns
e uma vasta literatura que conta com os seguintes títulos: Deus da Chuva e da
Morte (1962) / Kaos (1963) / O Vigarista Jorge (1965) / Narciso em Tarde Cinza
(1965) / Fragmentos de Sabonete (1973) / Panfletos da Nova Era (1978) / Sexo do
Crepúsculo (1982) / Poesias de Amor e de Morte (1982) / Fundamentos do Kaos
(1985) / Miséria Dourada (1993) / Fragmentos de Sabonete e Outros Fragmentos
(1995) / Mitologia do Kaos (2002) / Floresta Verde Esmeralda (2002). O artista
foi eternizado no documentário “Jorge Mautner - O Filho do Holocausto”, de 2012.
Com direção e roteiros de Heitor D’Alincourt e Pedro Bial, o filme reúne imagens raras que remontam à vida rica e cheia de
reviravoltas de Mautner.
Vale mergulhar nesse universo
cultural.
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