Agradecimentos especiais a Patrícia Chammas
Chegamos a mais um ano mostrando o que há de melhor na música brasileira espalhada pelos quatro cantos deste país. Meus sinceros agradecimentos a Paulo Manso, Luciene Oliveira e Carlos Lima, pela oportunidade de fazer parte da família Folha/Metrô.
Este ano para o violeiro Chico Lobo é especial, pois o músico comemora 50 anos de idade e 30 de viola caipira com dois lançamentos: o CD “3 Brasis”, que divide com o violoncelista Márcio Malar e o clarinetista Paulo Sérgio Santos, e o DVD/Documentário “De Minas ao Alentejo – Encontro de Violas”, que divide com o violeiro português Pedro Mestre. Ambos os trabalhos terão destaque no próximo ano.
Desde os 14 anos de idade Chico é violeiro e, no decorrer da vida, foi somando, a este, outros atributos artísticos: cantador, compositor, arranjador, produtor e diretor musical, apresentador de TV e rádio, colunista e escritor. É raro um artista agregar reconhecido talento em tantas atividades, e todas elas dedicadas à difusão da cultura da viola caipira.
Chico Lobo é um violeiro que leva a viola no peito para o mundo ouvir. E nós, os brasileiros, o conhecemos? Lobo é um inquieto, é considerado um instrumentista de estirpe, mestre das notas choradas e um compositor de obras que destroem qualquer preconceito musical: a música que vem da terra e que imprime a história do povo. Esteve em inúmeros palcos do Brasil e do mundo, como Canadá, Chile, Itália (onde retornou mais recentemente para se apresentar na Matching – importante feira de negócios de Milão) e Portugal (8o ano consecutivo no Alentejo) –, pelas cidades de Almodôvar, Beja, Castro Verde, Odemira, Serpa e outras, além das ilhas de Funchal, na Madeira, e São Miguel, nos Açores. Também se apresentou na China em 2010.
Ouvir Chico é viajar em um repertório de folias, catiras, lundus, reisados, modas de viola e cateretês. Além de percorrer com maestria por todos esses ritmos, o artista é, ainda, um exímio contador de causos. Apontado pela crítica como um dos mais ativos e efetivos violeiros no processo de valorização e divulgação da viola caipira no cenário brasileiro e mundial, ele demonstra, com orgulho, seu enorme respeito por este cativante instrumento. O violeiro é hoje, sem dúvida, um dos expoentes do Brasil na música regional. É um profissional consciente do seu importante papel neste universo tão particular, dominando o palco com presença e comunicação ímpares. Sobretudo, é um apaixonado pela cultura de sua terra, onde foi nomeado Embaixador do Divino Espírito Santo (festa folclórica de São João Del Rei/MG) e Guarda da Coroa de Santo Antônio (Congado/MG).
Chico busca desempenhar o papel de ponte entre o som das raízes do interior de Minas e o som produzido contemporaneamente, em diversas leituras e releituras, sempre a partir da viola caipira. Um de seus principais intuitos é o de ajudar o público a compreender, se encantar e apoiar a preservação do que há de mais autêntico na cultura regional brasileira.
Parabéns, Chico Lobo, pela soma de vida e de viola. Oitenta e muito mais!
Chico Lobo já pode se considerar realizado e privilegiado por participar da Matching de Milão. Tem o meu respeito.
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