edição e revisão: Marsel Botelho
Feliz dia dos músicos com música de qualidade
Muita
gente me questiona a razão de escrever sobre artistas que a grande mídia não
mostra. A resposta é simples: eles existem e estão aí para serem descobertos e
vistos por todos, principalmente por um público muito especial, aquele que não se
deixa doutrinar. Sempre foi assim, essa é a grande verdade. A cada dia novos e
talentosos artista surgem, vindos dos lugares mais interioranos ou urbanos da
sociedade. A música independente ganha força, de qualquer que seja a vertente. Apesar
de a grande mídia entrar na casa das pessoas sem pedir
licença, com a pretensão de decidir o que pode ser melhor para elas ouvirem, a
margem de escolha que permite é pouca ou nenhuma. Mas o Brasil é uma país de
dimensões continentais, sua diversidade musical vai do Oiapoque ao Chuí.
Evidente que o público em geral espera e acredita que as forças que movem o
projeto social humano sejam generosas e lhe ofereçam o melhor sem que seja
preciso esforço algum por parte do ouvinte. Mas isso não é real. Não podemos
perder o senso crítico, vital para o aperfeiçoamento de qualquer que seja a
arte que se faça e para o do próprio ser humano, que é parte ativa nesse
processo de construção civilizatório.
A geração de artistas de hoje muito tem de
semelhante com aquela linhagem de ouro da música brasileira, como Caetano, Gil,
Chico, Milton, Bethânia, entre outros tantos que com certeza no início de suas
carreiras também passaram por algo análogo, mas a força de sua arte inequivocamente
os projetou. Existem, aqui em São Paulo, vários nichos onde são encontrados
esses artistas em pleno exercício de seu ofício. A Vila Madalena é um desses
polos de efervescência musical: quando você se vê lá no meio, parece estar em
um mundo diferente dentro do próprio Brasil. Que música é essa? Onde posso
ouvir? Atualmente uma rádio vem fazendo a diferença nesse cardápio tão rico a
ser oferecido: a Rádio Brasil Atual FM, que foi indicada ao renomado prêmio da Associação
Paulista de Críticos de Arte (APCA), o programa concorrente é o Hora do Rango,
com Oswaldo Luiz Colibri Vitta, pela diversidade musical apresentada na audição
radiofônica. O blog que apresentamos, www.planetampb.blogspot.com.br,
e esta coluna estão indo para o sétimo ano, veiculada diferencialmente em mídia
impressa.
Não
nos cabe apontar o que não presta, porque na efemeridade se esvai, desaparece
com a última luz, além do que seria um desserviço de sentido, todavia, em
contraponto, podemos identificar o tripé que mantém a boa música no caminho do
futuro: melodia, harmonia e letra (poesia, caso não instrumental), cuja textura
sonoplástica atende aos requisitos que sempre nortearam a eterna arte. A
pseudomúsica pode mesmo sempre insistir em vagar por aí nas encruzilhadas da
vida. A beleza harmônica, melódica e poética faz com que nos encontremos quando
estamos perdidos; apazigua nossos corações e instiga a mente à reflexão, enfim,
faz-nos uma pessoa melhor. A boa música tem o poder de nos fazer amar uns aos
outros.
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