Edição e revisão: Patrícia Chammas
O tempo como ponto central de nossa história.
A produção fonográfica independente
vem crescendo consideravelmente a cada dia. Isso se dá por vários motivos,
entre eles, obviamente, que o autor mostre sua obra, já que os grandes selos e
gravadoras muitas vezes não demonstram interesse por trabalhos que não
considerem comerciais, acarretando uma lentidão no retorno do investimento. O
outro motivo é o músico ter domínio pleno de sua criação, sem interferências, com
a liberdade de se produzi-la da forma com que foi concebida. Em contrapartida,
produzir uma obra independente traz dois grandes problemas ao artista: a
distribuição e a divulgação às próprias custas.
Hoje apresento a vocês, leitores, o jovem
cantor, compositor e violonista, Lê Coelho, que não teve medo desses percalços
e nos apresenta seu primeiro álbum, recheado de poesia do cotidiano, “Tuvalu –
Uma História Oral do Nosso Tempo”. O CD apresenta 10 temas e a faixa bônus, “21
de Dezembro”, que trafegam pelo pop, rock, funk e jazz, e tem a produção
assinada por Lê, dividida com Ivan Gomes e Rodrigo Monteiro.
Tuvalu é um país fadado a sucumbir
diante dos excessos do homem. O
disco faz referência a este país real que, devido ao impacto ambiental causado
pelo homem no Planeta, deve sumir do mapa nos próximos anos e, também, ao livro
do jornalista Joseph Mitchell, que fala sobre o intrigante personagem Joe
Gould, um mendigo da Nova York dos Anos 40, que tinha como objetivo escrever “A
História Oral do Nosso Tempo”. Lê entra de cabeça nessas imagens para nos
mostrar um disco incrível.
Agora Lê ataca de intérprete ao
emprestar a voz para a bela “Roda Morta” (Sérgio Sampaio/Sérgio Natureza). A
canção “Essa Vontade” (L.C.), com elementos da música nordestina, me
conquistou. Para finalizar ouviremos novamente o intérprete, desta vez com a
canção “Meu Mundo é Hoje” (Wilson Batista/Jose Batista). Um disco bom para uma
estreia – espero que ele se perpetue e que siga seu rumo.
SERVIÇO
Data:
10 de março, quinta-feira. Horário: 20h30. Local: Auditório do Sesc Vila
Mariana – Rua Pelotas, 1.541. Capacidade: 128 lugares. Valor do ingresso: R$
20,00 (inteira) e R$ 10,00 (meia).
Trabalho interessantíssimo. Merece todo apoio. Grande escolha, Dery.
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