quarta-feira, 9 de março de 2016

Tuvalu

Edição e revisão: Patrícia Chammas

 O tempo como ponto central de nossa história.





            A produção fonográfica independente vem crescendo consideravelmente a cada dia. Isso se dá por vários motivos, entre eles, obviamente, que o autor mostre sua obra, já que os grandes selos e gravadoras muitas vezes não demonstram interesse por trabalhos que não considerem comerciais, acarretando uma lentidão no retorno do investimento. O outro motivo é o músico ter domínio pleno de sua criação, sem interferências, com a liberdade de se produzi-la da forma com que foi concebida. Em contrapartida, produzir uma obra independente traz dois grandes problemas ao artista: a distribuição e a divulgação às próprias custas.

            Hoje apresento a vocês, leitores, o jovem cantor, compositor e violonista, Lê Coelho, que não teve medo desses percalços e nos apresenta seu primeiro álbum, recheado de poesia do cotidiano, “Tuvalu – Uma História Oral do Nosso Tempo”. O CD apresenta 10 temas e a faixa bônus, “21 de Dezembro”, que trafegam pelo pop, rock, funk e jazz, e tem a produção assinada por Lê, dividida com Ivan Gomes e Rodrigo Monteiro.

            Tuvalu é um país fadado a sucumbir diante dos excessos do homem. O disco faz referência a este país real que, devido ao impacto ambiental causado pelo homem no Planeta, deve sumir do mapa nos próximos anos e, também, ao livro do jornalista Joseph Mitchell, que fala sobre o intrigante personagem Joe Gould, um mendigo da Nova York dos Anos 40, que tinha como objetivo escrever “A História Oral do Nosso Tempo”. Lê entra de cabeça nessas imagens para nos mostrar um disco incrível. 

            O álbum abre com “Fausto Hippie” (L.C.) que nos conta a história de um hippie que muda de ideologia, vale ouvir. O artista tem domínio das palavras e as usa bem na canção “Tanta Gente” (L.C.). Para falar da saudade da amada e das madrugadas de insônia, Lê nos apresenta “Minha Madrugada” (L.C.). Em parceria com Carla Massa, o artista apresenta sua profecia musical, “21 de Dezembro”, que fala das incertezas de continuar se o mundo não acabar. O cantor faz uma bela homenagem ao cantar “Arte pela Arte” (L.C.), e prova seu amor a ela. Na sexta canção, “Leoa” (Daniel Campmany/Lê Coelho/Pedro Assad), o artista conta com a participação especial de Lívia Nestrovski, com quem divide os vocais. Com o trio Bolerinho o artista canta “Quase Chique” (L.C.), música com uma boa pitada de humor.
            Agora Lê ataca de intérprete ao emprestar a voz para a bela “Roda Morta” (Sérgio Sampaio/Sérgio Natureza). A canção “Essa Vontade” (L.C.), com elementos da música nordestina, me conquistou. Para finalizar ouviremos novamente o intérprete, desta vez com a canção “Meu Mundo é Hoje” (Wilson Batista/Jose Batista). Um disco bom para uma estreia – espero que ele se perpetue e que siga seu rumo.

            Quer conferir esse trabalho? Compareça amanhã, dia 10, ao show de lançamento de “Tuvalu: Uma História Oral do Nosso Tempo”, no SESC Vila Mariana.
SERVIÇO

Data: 10 de março, quinta-feira. Horário: 20h30. Local: Auditório do Sesc Vila Mariana – Rua Pelotas, 1.541. Capacidade: 128 lugares. Valor do ingresso: R$ 20,00 (inteira) e R$ 10,00 (meia).

Um comentário:

  1. Trabalho interessantíssimo. Merece todo apoio. Grande escolha, Dery.

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