Agradecimentos Especiais a Patricia Chammas
O Planeta MPB cai na folia junto com o leitor. O Carnaval brasileiro
proporciona a todos nós um menu super interessante no quesito música, basta
escolhermos o destino para saberemos que tipo de som vai nos embalar. É assim
de norte a sul, de leste a oeste, um desfile de hits. Os carnavais passaram a
ser um produto que rende muito dinheiro, mas no passado eram vistos de outra
maneira. Nos áureos anos 1920 a 1960 os carnavais de rua traziam suas
agremiações sempre acompanhadas de uma marchinha, que apresentava em sua letra temas
picantes ou de duplo sentido.
A primeira marchinha, “Ó Abre Alas”, foi composta pela musicista
Chiquinha Gonzaga, em 1899, sob encomenda do Cordão Carnavalesco Rosas de Ouro.
Ainda hoje, memoráveis marchinhas fazem sucesso nos bailes carnavalescos de
Carnaval. Quem não se lembra da “Allah-La Ô” (Haroldo Lobo/Nássara), ou das
“Apareceu a Margarida” (domínio público), “A Pipa do Vovô” (Manoel
Ferreira/Ruth Amaral), “As Pastorinhas” (domínio público), “As Águas Vão Rolar”
(domínio público), “Aurora” (Mario Lago/Roberto Roberti), “Bandeira Branca”
(domínio público), “Cabeleira do Zezé” (João Roberto Kelly/Roberto Faissal),
entre outras.
O Nordeste brasileiro nos oferece uma infinidade de sons, Indo passar o Carnaval
em Pernambuco, o folião terá uma grande mistura de ritmos e sons, a começar
pelos blocos de maracatus, como o Maracatu de Baque Virado ou Maracatu Nação.
Ainda em Pernambuco, o ritmo que contagia a todos é o frevo, que puxa blocos com
milhares de foliões. Na boa terra baiana os trios elétricos são a grande sensação,
os foliões não resistem e não conseguem ficar parados ao ritmo acelerado dos
trios. Também na Bahia, os blocos de afoxé arrebatam multidões com seu ritmo e
som oriundos do Candomblé. O Sudeste se rende aos sambas-enredos trazidos pelas
escolas de samba, cantados com empolgação por seus intérpretes e foliões. As
agremiações ou escolas de samba promovem concursos internos para escolha do
tema/enredo a ser cantado no Carnaval. Geralmente, personalidades artísticas,
cidades, estados são homenageados nesses enredos.
A primeira escola a utilizar um samba-enredo foi a “Unidos da Tijuca”,
em 1933 (fonte: Wikipédia), pois, antes disso, as escolas desfilavam cantando
de um a quatro sambas durante o percurso, sem alusão ao um tema específico. O
primeiro samba-enredo gravado foi "Exaltação a Tiradentes" (Fernando
Barbosa Júnior/Mano Décio da Viola/Estanislau Silva/Penteado), interpretado
pelo cantor Roberto Silva, para o Carnaval de 1955, mas obteve pouca
repercussão. O samba foi apresentado pela “Império Serrano” (fonte: Wikipédia).
Para quem não sabe, um carnaval começa quando o outro acaba, leva meses
para sua elaboração. Nesse evento tão nosso, as artes plásticas, teatrais e
musicais são privilegiadas. Aos foliões, um pouco da história dessa grande
festa!
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