Agradecimentos especiais a Patricia Chammas
Em pleno 8 de dezembro de 1935, dia de Nossa Senhora da Conceição, nascia uma das estrelas da “Constelação MPB”, Alaíde Costa, predestinada a ser uma das vozes que ganharia os palcos do Brasil e do mundo. Ela estreou no auge de sua adolescência, em 1955, como crooner da Dancing Avenida (RJ). Sessenta anos se passaram e a cantora ainda conserva a mesma afinação e interpretação dos áureos anos pré-bossa nova.
Prestes a completar 79 anos, ela resolve nos presentear com um CD totalmente autoral, carinhosamente chamado de “Canções de Alaíde”. Com direção musical, arranjos e piano de Giba Estebez, o álbum apresenta 13 composições das seis décadas de vida artística da cantora. No repertório de Alaíde sempre esteve o que ela acreditava, sem se dobrar os modismos de época. Sua música é autêntica e traz o amor como tema. A primeira canção, “Qual a Palavra?” (A.C.), traz um dueto da voz da diva com o violão de Conrado Paulino, para falar de uma grande paixão. “Quisera encontrar a palavra capaz de um dia traduzir o meu amor”. A segunda canção nos mostra a primeira parceria da cantora com o “poetinha”, Vinicius de Moraes, em “Tudo o que é Meu”.
A terceira faixa traz uma dobradinha com as canções “Ternura” e “Cadarços” – a primeira tem parceria com Geraldo Julião. A curiosidade aqui é que existia uma outra letra, assinada por uma amiga da cantora, que faleceu antes de autorizar a gravação. Já a segunda canção tem parceira com Hermínio Bello de Carvalho. Ambas foram arranjadas por Gilson Peranzzetta, que também faz participação especial, tocando piano. Com uma introdução de flauta, a voz docemente afinada de Alaíde dá vida à canção “Afinal”, assinada por ela própria. Numa parceira com Johnny Alf, “Meu Sonho” tem a participação especial de Marcelo Lima, que divide com a cantora os vocais. “Tempo Calado” (Alaíde Costa/Paulo Alberto Ventura) é uma melodia que ganhou poema de um artista plástico. Vale a audição no silêncio da noite. Giba Estebez fez um arranjo de piano que dialoga com Alaíde e nos permite fazer parte da canção ao ouvir “Saída” (A.C.).
Com participação especial de Adyel Silva, as cantoras se alternam nos vocais na bela canção “Banzo” (Alaíde Costa/José Márcio Pereira). A próxima música nos convida a mergulhar nas lembranças dos amores que ficaram para traz e, com um gole melancólico, ouviremos “Choro” (A.C.) para reativarmos o que ainda não foi superado com a partida do amor que não morreu. Muito me emociona ouvir uma cantora com tanta vitalidade e afinação aos 79 anos. Obrigado por aquecer nossos ouvidos com o bálsamo da sua voz!
As próximas quatro canções não vou descrever – você mesmo irá tirar suas conclusões ao adquirir o disco! São elas: “Apesar de Tudo” (Alaíde Costa/João Magalhães), “Você é o Amor” (Alaíde Costa/Tom Jobim), “Canção do Breve Amor” (Alaíde Costa/Geraldo Vandré) e “Amigo Amado” (Alaíde Costa/Vínicius de Moraes).
Alaíde lança o CD na Galeria Olido (centro de São Paulo), hoje, às 20 horas, com entrada franca.
Justo reconhecimento, não apenas da cantora, mas da excepcional compositora que vem colecionando parceiros ilustres ao longo da vida musical.
ResponderExcluir