quarta-feira, 4 de setembro de 2013

É isso...







A vida sempre nos reserva grandes surpresas e não foi diferente com Maurício Brandão,  músico, compositor, cantor e arranjador mineiro de Pouso Alegre. Ao longo de mais de 30 anos de carreira tocando com grandes nomes, como o mestre Walter Franco e o saudoso Itamar Assumpção , ele se viu diante da grande pergunta: devo viver? Morando em Belo Horizonte, viu-se diante de uma crise que quase o levou a fazer uma grande besteira, que é se jogar ao precipício. Mas Brandão teve força suficiente e retornou a terra natal, começou a compor novamente e nos presenteia com este CD, “ É Isso”. Tenho a honra de escrever essa crítica e afirmar que é isso, a música tem esse dom de trazer a vida de volta, ou de volta para vida.
A música de abertura tem uma participação especialíssima de Milton Nascimento, que divide os vocais com Maurício em “Aboio” (Maurício Brandão/Gustavo Carvalho/Mário Bonna). Como bons vaqueiros ,os dois tocam seus bois, seus medos, seus anseios. A segunda música te leva por um sonho, que é mais que real em “Jihad” (M.B). Uma crônica musicada é o que se ouve na terceira faixa “Página de Jornal” (Raimundo Andrade) : “Eu ontem estive pensando em você/Você foi preso, porque pixou num muro/Que gostava de alguém”.
“Dias Cinzas”( Maurício Brandão/Gustavo Carvalho/Mário Bonna), tem a participação especial do Ivan Vilela (viola caipira), além do belo arranjo de metais. Esta canção pode ser considerada autobiográfica: “Dizem que tem um cabôco que tá muito louco/Por ganhar tão pouco. naquele sufoco/Dia a dia dizem/E, com o pouco que ganha, só vive na manha/Sobe, desce, perde, ganha/Nossa mãe, que coisa estranha! /Dia a dia dizem/Dizem que das cinzas nascem flores/Flores como amores vão e vêm/Simplesmente exalam seu odores/Perfumando a alma de alguém”.
Quem já não falou de seus amores ,idas e vindas em um bom bate papo na mesa de um bar. Aqui o artista mergulha nesse universo da boemia para nos presentear com um bom samba “Mesa de Bar”( Mauríco Brndão/Dinho Caninana).A sexta faixa não deixa o ouvinte parado, com a dançante “Xeque Mate”, vale ouvir a suingueira dos metais, a voz da pessoa amada comparada ao instrumento de sopro e de corda que o envolve sedento de amor. A bela interpretação me fez lembra o saudoso Antonio Marcos  em “Instrumentos” (Jorge Carioca/Tony Carioca).Em “Fogo Amigo”(Mauríco Brandão/Dinho Caninana) a pergunta está lançada: o que você acha do senso de humor daquela mulher?
Uma linda declaração de amor para filha Nina se ouve na faixa “Mi Nina”(Mauríco Brandão). Um dos motivos que quase mandou esse artista nato de veia poética musical para o andar de cima, foi seu relacionamento amoroso conturbado incompreensível. Mais em “Pathos”(Maurício Brandão), além de se livrar de vez, manda um recado musicado. Vale apena ouvir. Para finalizar “Quarta Feira” (Maurício Brandão/Gustavo Carvalho/Mário Bonna).e “O Homem e o Amor”(Dinho Caninana/Eugênio Toledo).
Viva a música que resgata vidas.







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