quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Jardim Invisível







O destaque dessa semana, já fez sucesso nacionalmente nos anos 1990  quando estava à frente da banda Dóto Jéka, que misturava rock e música caipira. Hoje, maduro e convicto de suas ideologias, Tuia Lencione acaba de lançar o seu “Jardim Invisível” com dez canções, sendo uma em parceria. Sem se preocupar em fazer sucesso e encher os cofres, Tuia ,que é do Vale do Paraíba , gravou o que acredita ser sua arte e nos oferece um álbum que nos conduz por paisagens sonoras com requintes de poesia.
Com influencias dos músicos mineiros do famoso Clube da Esquina a James Taylor, Tuia foi cuidadoso ao fazer os arranjos para seu Jardim Invisível. Produzido por Mauricio Cersósimo , o álbum passeia pela sonoridades dos anos 1970 sem perder a modernidade. “O disco tem um conceito mais poético e quando eu percebi que as canções  na maioria tinham dentro dos temas, esse universo das flores, céu, cores, como fosse um jardim mesmo, aí me veio esse título, um jardim lúdico e poético, invisível”. Diz Tuia
“Sopro poemas na janela da sua vida/Um coração se abrirá/ Sopro poemas na janela da sua vida/Pro que eu disser flutuar” Essa frase com certeza fica ao ouvir a poética “Flor” (T.L). que abre o CD. “Vida que vai (Braçadas)” (Tuia/Cinthia Jardim),A música nos convida a refletimos sobre caminhos que tomamos em nossas vidas. O grande mérito do artista independente é realizar seus sonhos da forma que ele foi concebidos, Isso fica claro na forma que o Tuia gravou. Se estivesse em alguma grande multinacional fonográfica seus sonhos seriam mudados. Isso prova a cada dia que o artista independente é genuíno.
Na terceira faixa “Atalhos”(T.L), o artista sabe lidar com os palavras. Nela  manda seu recado musicado. Tuia consegue a conexão perfeita entre a melodia e o poema, na bela “Encontro e Colisão”(T.L). Com certeza uma forte candidata a tema de novela. Sempre focado no tema amor a próxima  música “Do Amor Esperamos Mais (Cartazes Segredos) ,deixa a pergunta: o que esperamos do amor?
A música de trabalho “O Céu” (T.L) é daquelas declarações de amor que ficam para sempre. Tem frases assim “ Seguir só entre agente/Mirando a direção/Uma frecha inconsequente/O amor em dois unicamente/Unindo essa fração/Numa razão quase demente/Eu sei certos laços que interessam não se vão”. O tema literalmente nos envolve.  O Jardim Invisível é um convite à contemplação do amanhecer, e ver o sol em um olhar. Sentir o amor em um abraço é declamar o amor á vida. Cada música nos remete a algo que vivemos quando o assunto é o amor.
As músicas a seguir- “Divina Sina”, ”Pote Azul” , “Tua Pele ao Fogos”, “Olhos Claros” - falam de amor de forma poética diferente. O Vale do Paraíba tem um verdadeiro representante da música poética brasileira.  Mais uma vez em  mim reacende a esperança que tem brasileiro que faz música para alma. Esta coluna é privilegiada por ter a oportunidade de destacar artistas do universo música de verdade.
Obrigado ao amigo Rodolfo Rocha, pela insistência para que eu conhecesse tal obra.




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