quarta-feira, 13 de março de 2013

O ORATÓRIO DE POESIAS E CANÇÕES


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Agradecimentos Especiais a Tatiana Igreja por revisar o texto.






             Cresci no interior de Pernambuco e tenho em minhas lembranças imagens dos oratórios. Toda casa tinha, ou tem, seu lugar destinado às orações, ao encontro com o divino. Hoje me deparo com um Oratório de Poesias e Canções que me leva a comungar com uma obra divina, sublime, me remetendo ao belo e ao bom, me levando para mais próximo de Deus.
 Déa Trancoso, responsável por esse oratório, é semente que brotou no vale do Jequitinhonha, em Almenara/MG, e floresce para o mundo. Ouvir Déa requer solidão. É estar sozinho agora para poder compartilhar o amanhã.
Sua música exala a terra do Vale e a poesia cristalina do velho rio Jequitinhonha. Intérprete da cultura popular e poetiza de linhas melódicas, a artesã e pesquisadora recolhe para nós obras que se encontravam às margens do esquecimento.  A artista chega ao seu quarto trabalho, todos com sua marca: “o canto” que vem de dentro, de onde vem o amor. Em 2012 completou 25 anos de carreira.
Diante de sua discografia, preparo-me para um retiro espiritual musical, pois busco nesse oratório o sagrado de sua canção. Déa divide seu primeiro trabalho em CD com o Mestre Chico Lobo. O VIOLEIRO E A CANTORA nos presenteiam com treze cantigas sagradas no dueto de viola e voz.
TUM TUM TUM é um registro de rituais, de batidas calorosas emanadas do coração, nele a cantora faz adaptações de domínios públicos e nos apresenta um trabalho que nasceu clássico, do cancioneiro popular. Um CD para fazer parte da discografia brasileira, com treze obras que merecem audição minuciosa e respeito.
SERENDIPITY é um disco livre e leve, Déa por ela mesma. A música que vem de dentro e exala em nós o sentido da canção. Foi através desse trabalho que cheguei à cantora de voz firme, que adoto como amiga, como mensageira do bem. Aqui ela tem a companhia do violão de Rogério Delayon que assina os arranjos e divide a produção. Nesse álbum ela nos apresenta seu lado compositora e extrai poesia da alma, da água do pote, da beira do rio, dos caminhos do sertão. São 14 canções sendo onze autorais e três em parcerias com Chico César, Badi Assad e Rogério Delayon.
FLOR DO JEQUI é dividido com Paulo Bellinati que dispensa apresentação. E como escreveu Egberto Gismonti no encarte do CD, “Ai meu Deus que disco milagroso, parece até água benta. Amém”. Ao ouvir Flor do Jequi, imagens do Vale me vêm à mente, seu chão de terra batida, seu céu ‘azulzim’, suas ‘fulô’, o povo e suas histórias. O violão solene de Bellinati mantém a cadência e transforma esse trabalho em uma grande declaração de amor à terra.  O CD resgata a cultura popular, traz canções autorais e regravações de artistas, como Paulinho Pedra Azul e Gonzaga Medeiros.
Vale cada minuto de audição.

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