sábado, 13 de outubro de 2012

CANTORIA DE LUA

 
Folha Metropolitana- Guarulhos -SP
 
 
Agradecimentos Especiais a Tatiana Igreja por revisar o texto.

Não precisamos ir até a Casa dos Carneiros, reduto do Mestre Elomar Figueira Melo, para ouvirmos uma cantoria com o que há de melhor. Aqui nos palcos de Guarulhos temos Amauri Falabella, um representante que consegue buscar, em meio ao caos urbano, a simplicidade da vida do campo embutido em suas melodias e poemas, transformados em verdadeiros suplementos para nossa cultura.

            Para refrescar a memória dos leitores desta coluna, Amauri Falabella foi vencedor do prêmio Especial do Júri Popular do Festival de Música Brasileira da Rede Globo no ano 2000.

            Com três CDs na bagagem (Ciranda Lunar/2001; Violeiro Urbano/2005; Amauri Falabella/2009), o artista prepara mais um álbum que terá o nome de Parceria. “Eu gosto muito dessa palavra e dessa idéia”, diz Falabella.

            Para ouvir e mergulhar na obra desse artista é necessário abrir o coração, fazer uma reflexão de vida e buscar o belo e bom que existe em nós. Não é todo dia que se ouvi uma cantoria com tanta qualidade poética, harmônica e instrumental. Amauri traz em suas veias o sangue dos grandes cantadores, pois bebeu e confraternizou com os mestres Elomar, Xangai, Vital Farias, Vidal França e o inesquecível Dercio Marques.

            O último trabalho, “Amauri Falabella”, vem com dez músicas. Na primeira canção, Cilada (Amauri Falabella), o artista exala poesia e diz, numa cantiga simples, que vai prender e conquistar o coração da amada. Um dos temas mais cantados por todos os cantadores, a lua, é tema central. A canção que nos faz viajar pela imensidão dos versos e transforma o amor em poesia é a bela Cantiga de Lua (Amauri Falabella), o artista tem aqui a primeira participação especial de Daniela Lasalvia, que empresta a sua voz nessa cantoria.

            Ciranda Lunar (Amauri Falabella) é uma regravação. Em suas metáforas o artista diz querer ser uma árvore milenar, afirma que a verdade da vida é morrer e depois renascer semente de lua. Daniela volta a emprestar sua voz e juntos cantam a poética e fascinante Índia Lua (Pereira de Manaus) e a Seja Como For (Chico Branco), uma cantiga enluarada, cheia de vida, que nos faz crer no bom do viver, na verdade da amizade e no amor eternizado na natureza.

Na sexta faixa, a viola vem anunciar que a lua é a Bela Rainha da Noite (Amauri Falabella) e mais uma vez a voz de Dani Lasalvia ilumina os versos da canção. Nas rodas em noites de luar, cantigas como Catavento (Amauri Falabella) são propícias para a grande comunhão, todos cantam, batem palmas, seguindo o ritmo da batida do coração.

            “Eu canto o que é preciso” é o que diz os versos de Trilha (Amauri Falabella/Vidal França). A primavera é cantada magistralmente em dueto com Dani Lasalvia, na canção Cinza e Rosa (Amauri Falabella). Para fechar este CD, Amauri descreve a importância da água para vida em todas as suas formas, em Vida de Água (Amauri Falabella).

            Essas canções e outras poderão ser ouvidas no Espetáculo Cantoria de Lua, no próximo sábado (20/10/2012), na Casa dos Cordéis, onde Amauri estará acompanhado dos violonistas José Ricardo Silva e Rafael Monteiro.
            Não percam!

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