O Disco do Ano

FOLHA METROPOLITANA

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Agradecimentos Especiais a Tatiana Igreja por revisar o texto.

Cala-te boca! É assim que vejo o recado que o músico maranhense Zeca Baleiro manda para os críticos e formadores de opinião, aqueles que cuidam da tal lista do top 10. O CD “O Disco do Ano” ridiculariza a indústria cultural e rebate esses rankings, na canção Mamãe no Face.  Embora não esteja preocupado com criticas e muito menos em encabeçar essas famosas listas, o cantor condena as injustiças promovidas por esses críticos e desconfia de como essas listas são formadas. Mas o álbum também traz temas cujo cantor aborda normalmente em seus trabalhos, tais como, o amor, os relacionamentos, o cotidiano, além das criticas sociais, é claro.

A várias mãos. Assim foi a produção do trabalho que contou com quinze produtores, três intérpretes e cinco compositores parceiros. Um verdadeiro mutirão de ideias, resultando em um CD digno do nome.

A faixa de abertura Calma Ai Coração (Zeca Baleiro/Hyldon) apresenta o primeiro dos cinco compositores letristas parceiros do músico, é uma bela canção que mostra os dilemas vividos pelo coração. Em O Amor Viajou (Zeca Baleiro/Kana), o músico divide a parceria com uma compositora japonesa radicada no Brasil, aqui, uma bela balada que nos leva aos anos 70. Nada Além (Zeca Baleiro/Frejat) é a única música que não é inédita, pois, Frejat já havia gravado a mesma em seu CD “Intimidade entre Estranhos”. Tattoo (Zeca Baleiro) relata um amor não correspondido e é a primeira canção em que o cantor assina letra e música. O rap O Desejo (Zeca Baleiro) tem a participação especial do cantor Chorão nos vocais. É um rap inteligente e instigante que coloca em xeque os desejos e planos que temos.

Um lamento poético ouve-se na sexta faixa Nu (Zeca Baleiro). O belo reggae romântico Último Post (Zeca Baleiro/Lúcia Santos) conta com duas participações especiais, uma de Margareth Menezes nos vocais, e outra de Lúcia (irmã de Zeca e poetisa) na autoria da letra. Zás (Zeca Baleiro/Wado) é uma balada que leva a refletir. A última participação de vocal fica por conta da novata Andreia Dias em Meu Amigo Enok (Zeca Baleiro)

Versos como: “Se você quer ser feliz, tente /Felicidade pode ser só ilusão/Mas o coração não mente” estão presentes em Felicidade Pode Ser Qualquer Coisa (Zeca Baleiro). Na penúltima canção, Ela Não Se Parece Com Ninguém (Zeca Baleiro), o cantor descrever uma mulher que não se parece com nada que ele já tenha visto e sabe que ela tem algo que nenhuma outra mulher tem.

            Em Mamãe no Face ( Zeca Baleiro), o músico dá um tapa com luva de pelica em críticos e formadores de opinião com versos assim: “Mamãe, eu fiz o disco do ano/E até mesmo o Caetano parece que aprovou/Mamãe, eu sigo na minha rota/Veja só o Nelson Motta disse que o disco é show/Só falta que a Folha de São Paulo/Comece a incensá-lo/Dizer que eu sou o cara/Ou então, que os rapazes da Veja/Me chamem pra uma cerveja/Veja só que coisa rara [...] Mamãe, o fato é que eu tô na moda/Mamãe, fiz um disco foda/Faz um download/Ouve aí”.



Então, ouve aí!