Folha Metropolitana
Agradecimentos Especiais a Tatiana Igreja por revisar o texto.
O amor de Riobaldo e Diadorim, paisagens do rio São Francisco, histórias do sertão Gerais, veredas, jagunços, buritizais, travessias e muito mais - contados na obra de Guimarães Rosa - são temas que ouviremos ao longo das faixas do CD "Virgem Sertão Roseano", do poeta e músico Amarildo Silva, natural da cidade Raul Soares (Zona da Mata/ Minas Gerais), mas radicado na cidade maravilhosa há muitos anos.
Ouvir este trabalho é mergulhar no universo do mestre Guimarães Rosa. A poesia e a musicalidade que se ouvem nos dão a certeza de que, mesmo ocultado pelos veículos da mídia dominante, esse CD chega traduzindo a força que a nossa música tem.
Iremos desvendar o “Virgem Sertão Roseano” através de um grande Arvoredo (Amarildo Silva/Marcio Borges), essa canção abre os trabalhos e nos presenteia com uma flora pouco conhecida nas grandes cidades: Cambuí, Achuá, Babaçu, Pequi, Jatobá, Buriti, Imbé, Murici, Ipê, Cambará, Samambaiaçu, Palmital, Açucena, Jequitibá, Arglim...
Canção Pra Diadorim (Amarildo Silva/Tunassi Cardoso) descreve o romance entre Riobaldo e Diadorim vivido com todas as suas contradições, incertezas, negação e procura, ao mesmo tempo. Jequitinhonha (Amarildo Silva/Paulo Peres) se embrenha na miséria e em todas as dificuldades da vida do homem do sertão. Em Sinhá (Amarildo Silva/ Paulo Peres) temos as lembranças do sertão, as brincadeiras de roda, as cantigas ao luar e os passeios de carro de boi.
Os versos “quanta historia é passageira/ mensagem de todo dia/ uma glória, uma agonia/ a verdade, a fantasia/ quero aprender” estão em Estrela Guia (Amarildo Silva/Marcelo Dinis). Oásis (Amarildo Silva) é um poema ao amor, a contemplação do belo. Urubuquaquá (João Francisco/Amarildo Silva) representa as imagens dos grandes sertões, o trava-língua natural das prosas corriqueiras.
Virgem Sertão Roseano (Amarildo Silva/Tanussi Cardoso) é um passeio pelas noites do sertão, pelas belezas naturais descritas pelo mestre Guimarães. A religiosidade sertaneja é a marca de Cruz do Sertão (Amarildo Silva/Tanussi Cardoso). O amor nas veredas de Guimarães, o desejo, os sonhos perdidos no destino dos caminhos apresentam-se em Seu Olhar (Amarildo Silva/Marcelo Pacheco).
O vocabulário do caipira, o ‘sertanês’, é ressaltado na bela letra da canção Meninas e Generais (Amarildo Silva/Flávia Ventura). Meu Recado (João Francisco/ Amarildo Silva/Chico Pereira) traz o recado do povo simples dos sertões. Chão das Gerais (Amarildo Silva/Chico Pereira/Marcelo Pacheco) descreve o interior de Minas, suas cidades, suas congadas, catedrais e a Maria Fumaça. Laranjeira (Amarildo Silva) relata a vida do artista no interior de Minas Gerais e nela ele descreve a laranjeira que o viu crescer.
Uma aula sobre Guimarães Rosa. Vale a pena ouvir.
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