Agradecimentos Especiais a Tatiana Igreja por revisar o texto.
Não
poderia ser diferente quando o assunto é Chico
Buarque de Holanda. Sempre surpreendente, mesmo depois de tanto tempo de
carreia.
“Chico” é o título do recente CD lançado pelo
selo Biscoito Fino, traz 10 canções e participações especiais de João Bosco,
Wilson das Neves e da jovem cantora Thais Gulin, além de arranjos do Maestro
Luiz Claudio Ramos.
Após
cinco anos sem gravar, - por dedicar-se a obra literária “Leite Derramado” que
faturou o prêmio Jabuti de melhor livro de ficção em 2010 - Chico Buarque lança
este trabalho curto e genial para ser ouvido várias vezes, pois, somente assim
é possível perceber suas diferentes nuances.
É
uma crônica musical já apontada pelos críticos como um dos melhores CDs da
vasta carreira do artista. É bem provável que alguma música deste álbum ganhe o
título de clássico.
A
música Querido Diário abre o trabalho
e é comparada, pelo próprio cantor, com Cotidiano
de 1971. Em ambas temos bons relatos, crítica social, aflições,
relacionamentos...
Na
bela marchinha Rubato (roubado, em
italiano), composta com o baixista Jorge Helder e acompanhada por uma
maravilhosa banda de coreto, Chico conta a história do roubo de uma composição
de amor.
Essa Pequena
é um bom blues em que ele descreve a
paixão de um homem mais velho por uma jovem. Em Tipo um baião, brinca com o andamento da música e faz uma reverência
ao velho Lua (Gonzagão).
Em
Se eu Soubesse, um dueto feito com a
cantora Thais Gulin, ouvimos versos como: “Há se eu soubesse não caia na
tua/conversa mole outra vez/não dava mole a tua pessoa”.
Sem você
é para admirar, a música fala de um amor que se foi, da solidão e da busca sem
sucesso. Na faixa seguinte, Chico Buarque manda a tristeza embora com o bom
samba de gafieira Sou Eu e conta,
ainda, com a participação especial de Wilson das Neves nos vocais.
A
oitava faixa, uma bela valsa chamada Nina,
é literalmente uma magnífica viagem e incita os ouvintes a uma visita à exuberante
e distante Moscou, mesmo que seja por imagens virtuais...
Na
boa “Barrafunda”, Chico faz uma bela confusão com as suas memórias e mistura
futebol com a cidade do Rio, Garrincha com Mandela. Para finalizar, temos Sinhá, composição sua e do convidado especial João Bosco, num super clima
lírico e poético, conduzida por percussão e violões que trazem, à tona, sons e
heranças da escravidão.
E mais uma vez lendo seu artigo fiquei afim de curtir esse som!
ResponderExcluirObrigada amigo por trazer mais cultura a todos nós!
Ganhei essa pérola de presente. Muito bom, para esquecer a pobreza ideológica da nossa música de uma vez por todas. No Facebook, me acusaram de não gostar de MPB. Dessa musica brasileira de playbacks e sarcófagos fedidos eeu quero distância. Tenho me dedicado a postar álbuns que fizeram a minha cabeça. Chico salvou a minha década.
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