Edição e revisão: Gesu Costa
O povo esquece tudo para cair na folia
Neste ano, o carnaval brasileiro começa mais cedo, ele que proporciona a todos nós um menu interessante no quesito música, basta escolhermos
o destino para sabermos que tipo de som irá nos embalar. É assim de norte a
sul, de leste a oeste; um desfile de hits. Os carnavais passaram a ser um produto
que rende e movimenta milhões, mas no passado eram vistos de outra maneira. Nos
áureos anos 1920 a 1960, os carnavais de rua traziam suas agremiações sempre
acompanhadas de uma marchinha, que apresentava em sua letra temas picantes ou
de duplo sentido.
Você sabia que a primeira marchinha “Ó Abre Alas” foi
composta pela musicista Chiquinha Gonzaga, em 1899, sob encomenda do Cordão
Carnavalesco Rosas de Ouro. Ainda hoje, memoráveis marchinhas fazem sucesso nos
bailes carnavalescos de Carnaval. Quem não se lembra da “Allah-La Ô” (Haroldo
Lobo/Nássara), ou das “Apareceu a Margarida” (domínio público), “A Pipa do
Vovô” (Manoel Ferreira/Ruth Amaral), “As Pastorinhas” (domínio público), “As
Águas Vão Rolar” (domínio público), “Aurora” (Mario Lago/Roberto Roberti), “Bandeira
Branca” (Max Nunes/ Laércio Alves), “Cabeleira do Zezé” (João Roberto
Kelly/Roberto Faissal), entre outras.
A primeira escola a utilizar um samba-enredo foi a “Unidos
da Tijuca”, em 1933 (fonte: Wikipédia), pois, antes disso, as escolas
desfilavam cantando de um a quatro sambas durante o percurso, sem alusão a um
tema específico. O primeiro samba-enredo gravado foi "Exaltação a
Tiradentes" (Fernando Barbosa Júnior/Mano Décio da Viola/Estanislau
Silva/Penteado), interpretado pelo cantor Roberto Silva, para o Carnaval de
1955, mas obteve pouca repercussão. O samba foi apresentado pela “Império
Serrano” (fonte: Wikipédia).
O Sudeste se rende
aos sambas-enredos trazidos pelas escolas de samba, cantados com empolgação por
seus intérpretes e foliões. As agremiações ou escolas de samba promovem
concursos internos para escolha do tema/enredo a ser cantado no Carnaval.
Geralmente, personalidades artísticas, cidades, estados são homenageados nesses
enredos. O Nordeste brasileiro nos oferece uma infinidade de sons, indo passar
o Carnaval em Pernambuco, o folião terá uma grande mistura de ritmos e sons, a
começar pelos blocos de maracatus, como o Maracatu de Baque Virado ou Maracatu
Nação. Ainda em Pernambuco, o ritmo que contagia a todos é o frevo, que puxa
blocos com milhares de foliões. Na boa terra baiana, os trios elétricos são a
grande sensação, os foliões não resistem e não conseguem ficar parados ao ritmo
acelerado dos trios. Também na Bahia, os blocos de afoxé arrebatam multidões
com seu ritmo e som oriundos do Candomblé.
Para quem não sabe, um carnaval começa quando o outro acaba,
leva meses para sua elaboração. Nesse evento tão nosso, as artes plásticas,
teatrais e musicais são privilegiadas. Aos foliões, um pouco da história dessa
grande festa!
O Planeta MPB cai na folia junto com o leitor.
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