quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016

A folia vai começar


  Edição e revisão: Gesu Costa

O povo esquece tudo para cair na folia


                            Neste ano, o carnaval brasileiro começa mais cedo, ele que  proporciona a todos nós um menu  interessante no quesito música, basta escolhermos o destino para sabermos que tipo de som irá nos embalar. É assim de norte a sul, de leste a oeste; um desfile de hits. Os carnavais passaram a ser um produto que rende e movimenta milhões, mas no passado eram vistos de outra maneira. Nos áureos anos 1920 a 1960, os carnavais de rua traziam suas agremiações sempre acompanhadas de uma marchinha, que apresentava em sua letra temas picantes ou de duplo sentido.
Você sabia que a primeira marchinha “Ó Abre Alas” foi composta pela musicista Chiquinha Gonzaga, em 1899, sob encomenda do Cordão Carnavalesco Rosas de Ouro. Ainda hoje, memoráveis marchinhas fazem sucesso nos bailes carnavalescos de Carnaval. Quem não se lembra da “Allah-La Ô” (Haroldo Lobo/Nássara), ou das “Apareceu a Margarida” (domínio público), “A Pipa do Vovô” (Manoel Ferreira/Ruth Amaral), “As Pastorinhas” (domínio público), “As Águas Vão Rolar” (domínio público), “Aurora” (Mario Lago/Roberto Roberti), “Bandeira Branca” (Max Nunes/ Laércio Alves), “Cabeleira do Zezé” (João Roberto Kelly/Roberto Faissal), entre outras.

                         A primeira escola a utilizar um samba-enredo foi a “Unidos da Tijuca”, em 1933 (fonte: Wikipédia), pois, antes disso, as escolas desfilavam cantando de um a quatro sambas durante o percurso, sem alusão a um tema específico. O primeiro samba-enredo gravado foi "Exaltação a Tiradentes" (Fernando Barbosa Júnior/Mano Décio da Viola/Estanislau Silva/Penteado), interpretado pelo cantor Roberto Silva, para o Carnaval de 1955, mas obteve pouca repercussão. O samba foi apresentado pela “Império Serrano” (fonte: Wikipédia).

                      O Sudeste se rende aos sambas-enredos trazidos pelas escolas de samba, cantados com empolgação por seus intérpretes e foliões. As agremiações ou escolas de samba promovem concursos internos para escolha do tema/enredo a ser cantado no Carnaval. Geralmente, personalidades artísticas, cidades, estados são homenageados nesses enredos. O Nordeste brasileiro nos oferece uma infinidade de sons, indo passar o Carnaval em Pernambuco, o folião terá uma grande mistura de ritmos e sons, a começar pelos blocos de maracatus, como o Maracatu de Baque Virado ou Maracatu Nação. Ainda em Pernambuco, o ritmo que contagia a todos é o frevo, que puxa blocos com milhares de foliões. Na boa terra baiana, os trios elétricos são a grande sensação, os foliões não resistem e não conseguem ficar parados ao ritmo acelerado dos trios. Também na Bahia, os blocos de afoxé arrebatam multidões com seu ritmo e som oriundos do Candomblé.
Para quem não sabe, um carnaval começa quando o outro acaba, leva meses para sua elaboração. Nesse evento tão nosso, as artes plásticas, teatrais e musicais são privilegiadas. Aos foliões, um pouco da história dessa grande festa!
O Planeta MPB cai na folia junto com o leitor.

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