Agradecimentos Especiais a Tatiana Igreja por revisar o texto.
A
diversidade cultural e musical do povo brasileiro é algo que merece ser
aplaudido de pé, pois nos quatros cantos da nossa terra se produz muito, mas
pouco se chega aos ouvidos da grande massa. O que vemos e ouvimos através da
grande mídia é a popularização de uma espécie de anticultura, fazendo-nos ouvir
involuntariamente essa mercadoria que eles têm a audácia de chamar de música.
O
papel que esta coluna procura exercer é justamente de andar na contramão e
mostrar a produção musical de um Brasil que ainda não foi descoberto por
muitos. Hoje escrevo sobre Herbert Lucena e seu CD “Não Me Peçam Jamais Que Eu Dê De Graça Tudo Aquilo Que Eu Tenha Pra
Vender”.
Lucena
foi um dos grandes vencedores do último 23º Prêmio da Música Brasileira,
levando três premiações, das quatros, que foi indicando, sendo a de Melhor
Cantor e Álbum (categoria regional) e Projeto Visual. O Prêmio foi realizado no
dia 13 de junho de 2012, no Teatro Municipal do Rio de Janeiro.
Apontado
pelos críticos como o sucessor de Jackson do Pandeiro, o músico também bebeu na
fonte de Jacinto Silva e Azulão. Ele traz em suas veias o ritmo sincopado do
coco, e a poesia decassílaba dos violeiros. Neste segundo trabalho, Lucena
inova, trazendo à tona o diálogo poético e majestoso entre os instrumentos
populares, tais como, pandeiro, pífano e zabumba e os eruditos, piano, violino
e violoncelo, encorpando uma nova voz a essa arte.
Em
2005, Herbert criou seu próprio selo “Coreto Records”, para produzir
e divulgar o próprio trabalho, assim como de outros artistas também. Lucena
mostra que tem competência e entende deste universo de produção, adquirida no
percurso de uma longa estrada como artista independente. São do Coreto Records,
o CD “Viola e Amigos”, do poeta e repentista Zé Vicente da Paraíba (2005), “Solte
o Azulão”, do cantor Azulão (2006), “Desabafo de Artista”, do cantor e
compositor Walmir Silva (2007), bastante elogiados por toda crítica
especializada. Em janeiro de 2008, lançou o CD “Mazuca de Agrestina”,
importante registro da cultura do agreste pernambucano, é o primeiro do gênero
lançado no Brasil.
O título do recente trabalho vem de uma frase que Herbert Lucena ouviu em uma entrevista da atriz Cacilda Becker: “Não Me Peçam Jamais Que Eu Dê De Graça Tudo Aquilo Que Eu Tenha Pra Vender”. O trabalho saiu em dois formatos: CD e Vinil, sendo que o segundo tem 16 músicas, uma a mais que o CD. Lucena faz uma bela homenagem no encarte, trazendo vários profissionais de diversas linguagens artísticas. O conteúdo é um mergulho na arte popular pernambucana e nordestina, mostrando que o coco, a ciranda, o xote, o repente, o baião, o xaxado, o samba, o maracatu e o verdadeiro forró estão vivos.
Obrigado
Herbert Lucena por manter acesa a chama da arte e da cultura popular.
Parabéns pelo blog e pelo trabalho... abraço da Meimei Corrêa.
ResponderExcluirMuito boa a coluna de hoje.
ResponderExcluirÉ sempre importante trazer a público os trabalho de gente boa, que está-se dedicando e que, como você diz, tem pouco espaço na mídia, que só está interessada por aquilo que é comercial.
O mais grave em tudo isso é saber-se que essa mesma mídia tornou-se formadora de opinião e, sem ética alguma, despeja sobre o público aquilo que há de mais insignificante.
Parabéns, Dery Nascimento!
Eu é que te agradeço Dery por tá divulgando o meu trabalho !Muito obrigado e um grande abraço !!
ResponderExcluirHerbert Lucena