Folha Metropolitana - Guarulhos -SP
Essa data foi estabelecida como Dia da Consciência Negra pelo projeto/lei nº 10.639, no dia 9 de janeiro de 2003. Foi escolhida, pois no ano de 1695 morreu Zumbi, líder do Quilombo dos Palmares.
Fonte:(http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/L10.639.htm)
Para comemorar a data, esta coluna destaca um dos discos mais emblemáticos da carreia de Milton Nascimento: MISSA DOS QUILOMBOS.
Como consta no encarte do CD, a Missa dos Quilombos foi idealizada por Dom Helder Câmara, e efetivamente escrita e produzida por Dom Pedro Casaldáliga, na época, bispo de São Félix do Araguaia/MT e Pedro Tierra, poeta. Fruto de dois anos de pesquisa sobre a escravidão negra e o silêncio teológico da igreja católica a respeito do tema.
Milton Nascimento, musicou cantou a missa/poema. Com produção a cargo de Frei Paulo César Bottas, a Missa dos Quilombos foi celebrada pela primeira vez para um público de sete mil pessoas, em 22 de novembro de 1981, na praça em frente à Igreja do Carmo, em Recife. É um local emblemático para o tema, pois ali, em 1695, a cabeça do líder quilombola Zumbi dos Palmares foi exposta no alto de uma estaca, o espetáculo também teve apresentações em outros países.
A primeira gravação da “Missa dos Quilombos” foi feita dentro da Igreja da Serra do Caraça, em Minas Gerais e lançada pela gravadora BMG/Ariola em 1982. Segundo informações que constam no encarte a gravação e uma versão editada da Missa dos Quilombos, sem grande parte das narrações originais de Dom Helder Câmara, e mesclando músicas de Milton Nascimento e Fernando Brant, em alguns momentos.
São 14 faixas de cunho religioso, político e cultural e vale a pena cada audição, pois cada momento é único. Eis a obra:
Hoje em dia o espetáculo “Missa dos Quilombos” é apresentada , pela Companhia Ensaio Aberto. Grupo carioca que conta com 21 autores e 8 Músicos,o grupo mantém a estrutura musical e os textos originais,esta releitura pode ser vista em DVD, que é vendido após os espetáculos do grupo.
O palco é transformado numa central elétrica com várias dezenas de máquinas diferentes, de um singelo moinho a uma turbina de avião, trazendo para a linha da frente a história dos negros no Brasil. Adotando a estrutura padrão de uma missa, o espetáculo cruza o ritual católico e expressões da cultura afro-brasileira, numa sinestésica fusão de sons, cores, danças e ritmos. Com direção teatral de Luiz Fernando Lobo,e direção musical de Túlio Mourão, esta missa revolucionária canta uma história de opressão, mas também uma esperança e um desejo imenso de liberdade.
Ótima audição!
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