Edição e revisão: Marsel Botelho
Foto e arte: Paulo Preto
A
essência da música vestida por poesia: Olivia é a própria canção na pele de
mulher, canto em plenitude, as cores do amor e dos sonhos. Comemorando 17 anos
de musicalidade, vida e verso, a cantora, compositora, multi-instrumentista,
arranjadora, produtora e poetisa, Olivia Genesi, chega à marca dos dez álbuns
gravados e consagrados em Amor e
Liberdade. Foi no ano 2000 que tudo teve início, quando produziu o homônimo Olivia. Agora é a vez de Amor e liberdade, que, na ótica da
própria artista, pode assim ser definido: precisamos encontrar
a “versensibilidade”, onde o tempo e a existência da palavra inventam a música
que habita dentro de nós e dão à química que nos faz envelhecer um toque
poético. É preciso respeitar o ritmo do tempo e as marcas que vão ficando como
resultado de todas as experiências, que estão vivas dentro de nós, é o que se
pode concluir ouvindo Versi(i)dade.
O amor vai brotar é um forró-maracatu, que transpira paixão à primeira audição, premiando
o momento em que o amor é intensa novidade lírica, a descoberta repleta de
sensações, cheiros e sabores. Lua no céu
de janeiro é presente de Dery Nascimento e Luiz Carlos Sá. Em Tudo passa, sua amiga Bárbara de Loreto
sugeriu o tema "impermanência" para uma canção, a transitoriedade do
modo de ser da própria existência humana. Sem
inimigos fala diretamente daqueles que se alimentam da infelicidade alheia.
Astrologia foi tema proposto por
Leticia Lima: repentinamente, a artista se depara com o sentido astrológico do
viver.
Mudada foi inspirada numa grande transformação na vida de sua amiga Pri Wi. Em
No silêncio da canção, paira o
momento de pura sintonia musical, uma alegre referência ao relacionamento entre
o criador (compositor) e a criatura (canção). Amores líquidos é sugestão de sua amiga e jornalista Adriana Marmo,
que fez este colunista repensar o livro “A modernidade líquida”, do grande
sociólogo polonês Zygmunt Bauman, falecido em janeiro de 2017, aos 91 anos, remetendo-me
às questões dos relacionamentos em redes sociais, à intimidade superficial facebookiana, que confunde corações e anda banalizando os mais lindos sentimentos.
Recomeçar surge de letra que residia
no fundo do baú da artista, de escritos do Paulo Preto, marido e parceiro de
Olivia desde o primeiro CD: cheia de imagens mentais, ela nos envia de imediato
ao sentimento de pânico, de emoções que se completam do início ao final.
O Feminino veio de referência da amiga Julia Spinasse e fala da influência do
feminino em nossas vidas. No som é fusão
de duas letras recebidas de seu grande amigo e compositor Zé Luiz Marmou: nessa
canção, diz Olivia, encontrei meios de expressar o sentido de ser
intérprete, minha relação livre e sagrada com a música. Forró da Bela foi feita pensando na
menina livre, adolescente, criativa e sonhadora dentro de Olivia. Arte além da tua janela tem uma letra
maravilhosa, recebida de presente de Paulo Preto, canção que sintetiza o papel
da música e da arte em nossas vidas.
O lançamento do CD Amor e
Liberdade, de Olivia Genesi, será no dia 27 do corrente mês, às 21 horas,
espaço do projeto Talento MPB, Bar Brahma, na Av. São João com a Ipiranga, São
Paulo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário