O palco é seu habitat, é lá que ela nos emociona com sua voz
Nascida Aniela
Stopa Juste, ganhou da irmã Gija o apelido que a consagraria como artista: “Nô
Stopa”, que tem em seu DNA a poesia do cantor e compositor mineiro Zé Geraldo e
a melodia clássica do piano de Maria Izilda, sua mãe. O seu terceiro álbum,
“Manifesto Poesia”, sobe ao palco do “Talento MPB”, hoje, na esquina mais
famosa de São Paulo, no Bar Brahma. A arte sempre esteve presente na vida da
pequena “Nô”: para curar-se de uma bronquite, foi apresentada à acrobacia, arte
do controle e do equilíbrio, que remonta aos espetáculos da Antiga Grécia. Da
acrobacia para a ginástica artística, apenas um piscar de olhos: foi ginasta dos
11 aos 16 anos, até descobrir a magia do circo com os Irmãos Fratelli. O
picadeiro foi seu primeiro palco. Do circo para a dança, seu lado estético e
artístico falou mais alto: viajou o país inteiro com os festivais e descobriu
que para dançar era preciso musicalidade. E eis que a música plenificou sua
vida, tornando-se onipresente: nos afazeres domésticos, lavando louça, e
cantarolando, aconteceram os versos que seriam sua primeira canção:
"Leve" nascia.
O CD, “Manifesto Poesia”, apresenta dez faixas
e foi produzido por Fernando Anitelli. Modernos arranjos fazem uma bela junção
entre voz, versos e os movimentos melódicos, concepção artística em comunhão
com a banda (formada por Nô e Anitelli), além dos músicos Zeca Loureiro
(guitarra e violão aço), Sérgio Carvalho (baixo), Guilherme Ribeiro (teclado) e
Gustavo Souza (bateria e percussão). Na primeira canção, “Do que é feito o poema”
(Nô Stopa/Fernando Anitelli), a artista divide os vocais com Anitelli. A parte
percussiva da canção ainda acrescenta uma máquina de escrever. A participação
especial do pai, Zé Geraldo, declamando o poema "Obra" de Marco
Aurélio Cremasco, enriquece a bela canção. Em “Segue” (Tata Fernandes/Nô
Stopa/Fernando Anitelli), ouve-se uma cantora que se expressa com a sutileza de
quem conhece profundamente seu ofício. “Poesias feitas de concreto/Concreto
ponto de vista/De bem com a vida, eu contesto/Manifesto Poesia”, diz a letra da
canção, que dá título ao álbum, “Manifesto Poesia” (Nô Stopa/Roger Menn). Vale
ouvir a sonoridade produzida pelos instrumentos “vintage vibe 64” e “mini moog”.
Em “Leve minha asa”, a cantora assina poesia e música, demonstrando
honrosamente a tradição familiar na nossa eterna MPB. Mais uma canção assinada
pela artista, “Rua do jardim da vida inteira”, tem destaque para o clarinete de
Simone Juliam. A canção “Próxima estação” (Roberta Campos/Nô Stopa) penetra
intensamente o coração, levando-nos a passear pela selva de pedra, São Paulo: as
amigas Roberta e Nô dividem os vocais da canção, que é um cartão postal
musicado. Para finalizar a audição, ouviremos “Tô na tua”
(Alexandre Lima/Tamy/Nô Stopa), “Sala de Estar” (Nô Stopa/Kleber Albuquerque) e
encerraremos com “Canto do povo do mar de Minas” (Kleber Albuquerque), onde
todos que participaram da gravação se unem num coro magnífico, em clima de
festa.
"Manifesto
Poesia", Talento MPB. Bar Brahma – Avenida São João, 677, Centro, São
Paulo.
Texto perfeito!Fiquei com vontade de estar em SP pra ver o show...
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