Edição e revisão: Marsel Botelho
Mais que acreditar no sonho Tito Marcelo o realiza
“Nunca
deixe que lhe digam que não vale a pena/Acreditar no sonho que se tem/Ou que
seus planos nunca vão dar certo/ Quem acredita sempre
alcança!” (Flávio Venturini/Renato Russo). Com essa célebre frase, apresento a
vocês, queridos leitores, o cantor e compositor pernambucano, atualmente
morador do Rio de Janeiro, Tito Marcelo, que acaba de lançar seu terceiro álbum,
“O Futuro Ligeiro da Demora”. Apesar de ser o terceiro CD, tem para o artista o
status de primeiro, já que os outros dois ficaram restritos ao nicho de
admiradores. As 11 canções foram produzidas por André Vasconcellos e contaram
com um timaço de grandes músicos. Sim, o artista simplesmente largou o emprego
na informática e na vida empresarial para embarcar de vez na vida artística e
todos nós sabemos que não é fácil ser um artista independente neste país.
O
“Futuro Ligeiro da Demora” mostra o músico antenado ao novo, sem esquecer de suas
referências sonoras como Luiz Gonzaga, Djavan, Bob Marley, Legião Urbana,
Lenine, Michael Jackson e Titãs. Tito mostra personalidade como compositor e
intérprete de suas canções, nelas ele canta sua verdade e nos convida a fazer
parte de seu mundo de preciosidades. Com um arranjo para metais, a música que
abre o álbum, “Andei Fechado” (T.M), tem uma “suingueira” e um refrão que diz: “Eu
andei fechado e recolhido/Dos perigos do amor/Você chegou me deu abrigo/Deu
motivo pra eu me expor”. Fazendo uso dos sintetizadores e “samples” de bateria,
as canções “A Cor de Sermos Nós” (T.M) e “Segredos” (T.M) mergulham no universo
oitocentista. Cantando um fim de relacionamento, o artista mergulha na
melancolia, emoldurada pelo som do piano “Rhodes”, na canção “Surto da Espera” (T.M).
Maravilha de canção.
Uma
das músicas mais bela do álbum, “Como se Quis” (T.M), nela o artista mostra todo
seu lirismo (destaque para a bateria de João Viana e para o trio de metais
arregimentados por Eduardo Farias). Artista é aquele que acredita no que faz e
o Tito Marcelo é um desses artistas. “Hoje me aceito como artista. E tenho prazer
no ofício de compor. Eu me sinto compositor. O lugar onde eu fico mais
confortável é compondo. E a minha missão é mostrar minha música. Se o ouvinte
vai gostar ou não, isso já não é da minha alçada”, escreve o artista em seu “release”.
Na
praia de Djavan, Tito Marcelo canta “Quando a Liberdade Chama” (T.M), destaque
para o arranjo dos metais. Primeira parceria do álbum, a canção “Leve Leveza”
(Tito Marcelo/Xico Bizerra) mostra que o artista vestiu com roupa fina e
perfumada a poesia de Bizerra. Assim como o nome, a música é leve. A letra (poema)
não foi alterada em nada pelo artista, que manteve os versos no original,
apenas os vestindo com a seda de suas harmonias.
Acompanhado
do pandeiro mágico do mestre Marco Suzano, o artista entoa os versos de Xico
Bizerra na canção “Verões Invernados” (Tito Marcelo/Xico Bizerra). Para
finalizar, ouviremos a poética “Depois de Tudo” (T.M), o “reggae” composto com
Yuri Queiroga e Rodrigo Bezerra em “Vitrais” e a música “Bombai”, que cita em
sua letra o título do CD “O Futuro Ligeiro da Demora”. Vale a audição.
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