Quando estava
escrevendo sobre a cantora Déa Trancoso,cheguei à perguntar a mesma ,quem ela indicaria, para eu
poder ouvir e eventualmente escrever para Coluna. Déa, não pensou duas vezes e
me falou do violeiro Wilson Dias.No
mesmo dia eu e Wilson já éramos amigos em uma rede social.Mesmo no mundo
virtual dos papos senti a energia boa que emanava do outro lado da tela do PC.
Wilson,enviou três Cds
de sua discografia que já soma cinco. Pote,Picuá,Mucuta,são
três modos diferente de se sentir a terra, através das canções.Depois de ouvir
essas preciosidades, cheguei à conclusão que temos muito a aprender sobre a
música, digo (MÚSICA), que se produz por esses rincões a fora.
POTE,
é um CD em comunhão com os amigos João Evangelista Rodrigues, que assina todas
as letras,e com o grande violeiro Pereira da Viola.São14 faixas que nos remete
ao chão literalmente, tirando dele o que a terra tem para dar. Poesia
mergulhada na cristalina água do pote da vida, e conduzida pelas violas e vozes
dos amigos.
PICUÁ
é um mergulho no próprio ser, é um olhar para dentro, é um colher histórias e histórias de vida. Quinze faixas, sendo seis domínio público adaptados pelo
artista. A primeira música Eu Vi (Wilson
Dias), a letra na verdade é um poema que trás a toma imagens que habita em sua
memória. Acauã (Wilson Dias/ Gervásio
Horta), pássaro imortalizado por Luiz Gonzaga, ganha a versão do povo do Vale
do Jequitinhonha.
Quem no tempo de
criança, nunca foi viver uma aventura á beira do riachão, pescando e devolvendo
os peixes ao rio?. Reviva esses momentos ouvindo Martim Pescador (Wilson Dias). Em Mercado Ambulante (Wilson Dias), retorna à suas origem e cita o
personagem Chico Ribeira,história de vida se ouve aqui.Morena (Naeno Rocha), a temática portuguesa na voz do violeiro, simplesmente
maravilhoso.
Um desfile de obras de
domínio público, recolhido por Dias, não nos deixam perder no baú do esquecimento
essas preciosidades. Entre elas temos Periquito
Maracanã, Canção de Siruiz,Folia do Norte,Fogo Pagô, Olhos d´Água,Da Lira.
O grande Guimarães Rosa é lembrado no poema
João e o Grão (Wilson Dias), declamado por Gonzaga Medeiros.
Em dueto com Déa Trancoso,
ambos contam a história de amor de Zé e
Diolinda em Diolinda (Wilson Dias). Ponte Velha (Wilson Dias/ Luiza Torres),o
artista relembra o rio que se tirava o sustento,e que passava nos fundo da casa.
Jequitinhonha (Wilson Dias/Gervásio
Horta),é mais uma canção dedicada ao vale, uma linda declaração de amor à terra
natal.
Mucuta,
é um instrumental que exala vida, vida em família, em amigos. Wilson tira de
seu Mucuta um punhado de 12 canções, sendo duas de domínio público, ele nos
oferece sua arte para compartilharmos com quem vida tiver.
Obrigado pela
oportunidade de conhecer sua viola com cheiro de terra.


Grata Dery Nascimento, por nos oferecer suas considerações sérias sobre o que há de melhor na música de viola.
ResponderExcluirGrande abraço
Nilce Gomes