quarta-feira, 3 de abril de 2013

O CHEIRO DA TERRA.






Quando estava escrevendo sobre a cantora Déa Trancoso,cheguei à  perguntar a mesma ,quem ela indicaria, para eu poder ouvir e eventualmente escrever para Coluna. Déa, não pensou duas vezes e me falou do violeiro Wilson Dias.No mesmo dia eu e Wilson já éramos amigos em uma rede social.Mesmo no mundo virtual dos papos senti a energia boa que emanava do outro lado da tela do PC.
Wilson,enviou três Cds de sua discografia que já soma cinco. Pote,Picuá,Mucuta,são três modos diferente de se sentir a terra, através das canções.Depois de ouvir essas preciosidades, cheguei à conclusão que temos muito a aprender sobre a música, digo (MÚSICA), que se produz por esses rincões a fora.
POTE, é um CD em comunhão com os amigos João Evangelista Rodrigues, que assina todas as letras,e com o grande violeiro Pereira da Viola.São14 faixas que nos remete ao chão literalmente, tirando dele o que a terra tem para dar. Poesia mergulhada na cristalina água do pote da vida, e conduzida pelas violas e vozes dos amigos.
PICUÁ é um mergulho no próprio ser, é um olhar para dentro, é um colher histórias e histórias de vida. Quinze faixas, sendo seis domínio público adaptados pelo artista. A primeira música Eu Vi (Wilson Dias), a letra na verdade é um poema que trás a toma imagens que habita em sua memória. Acauã (Wilson Dias/ Gervásio Horta), pássaro imortalizado por Luiz Gonzaga, ganha a versão do povo do Vale do Jequitinhonha.
Quem no tempo de criança, nunca foi viver uma aventura á beira do riachão, pescando e devolvendo os peixes ao rio?. Reviva esses momentos ouvindo Martim Pescador (Wilson Dias). Em Mercado Ambulante (Wilson Dias), retorna à suas origem e cita o personagem Chico Ribeira,história de vida se ouve aqui.Morena (Naeno Rocha), a temática portuguesa na voz do violeiro, simplesmente maravilhoso.
Um desfile de obras de domínio público, recolhido por Dias, não nos deixam perder no baú do esquecimento essas preciosidades. Entre elas temos Periquito Maracanã, Canção de Siruiz,Folia do Norte,Fogo Pagô, Olhos d´Água,Da Lira. O grande Guimarães Rosa é lembrado no poema João e o Grão (Wilson Dias), declamado por Gonzaga Medeiros.
Em dueto com Déa Trancoso, ambos contam a história de  amor de Zé e Diolinda em Diolinda (Wilson Dias). Ponte Velha (Wilson Dias/ Luiza Torres),o artista relembra o rio que se tirava o sustento,e que passava nos fundo da casa. Jequitinhonha (Wilson Dias/Gervásio Horta),é mais uma canção dedicada ao vale, uma linda declaração de amor à terra natal.
Mucuta, é um instrumental que exala vida, vida em família, em amigos. Wilson tira de seu Mucuta um punhado de 12 canções, sendo duas de domínio público, ele nos oferece sua arte para compartilharmos com quem vida tiver.
Obrigado pela oportunidade de conhecer sua viola com cheiro de terra.



Um comentário:

  1. Grata Dery Nascimento, por nos oferecer suas considerações sérias sobre o que há de melhor na música de viola.
    Grande abraço
    Nilce Gomes

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