quarta-feira, 29 de junho de 2016

Alfredo Bello


                                                                                  Edição e revisão: Gesu Costa


                                                                                    Uma viagem sonora




                Caros leitores, conhecem ou já ouviram falar de Alfredo Bello –DJ Tudo? O destaque desta semana vai para o CD “Gaia Música- DJ Tudo E Sua Gente De Todo Lugar” que conquistou o prêmio de melhor álbum na categoria Eletrônico do 27° Prêmio da Música Brasileira, que aconteceu na quarta (22), no Theatro Municipal do Rio de Janeiro. O álbum é o quinto da carreira e o primeiro de uma série de discos sobre encontros culturais, no primeiro ouviremos nove faixas do Brasil, Norte da Índia, Indonésia e Mali. Um disco de cultura do mundo para ser ouvido com atenção para apreciar os detalhes da rica sonoridade.

           Podemos dizer que Alfredo Bello (Luiz Alfredo Coutinho Souto) acredita na música tradicional e cultural que se faz nos quatro cantos do mundo, pois é dela que ele se alimenta e nos devolve com álbuns temáticos, verdadeiros tesouros musicais. O artista é premiadíssimo por sua fusão de culturas e faz seus registros através de seu selo “Mundo Melhor”.

                 O projeto deste disco teve início em novembro de 2014, na ocasião da ida a Nova Délhi, para tocar no Amarass Festival, onde começou a conceber e organizar o material que se transformou no Gaia Música volume 1.Viajou com várias ideias e seu equipamento, lá encontrou com os Barmer Boys, trio do Rajastão, norte da Índia. Eles são de tradição sufi, herdeiros da antiga classe dos músicos que tocavam para os Rajás, no Império Mongol. Cantaram e tocaram em três temas:"Paan Khilaydo", "Doro" e "Allah", além da percussão da faixa "Pequeno divertimento".

                Durante o Amarass Festival, o artista conheceu três músicos e os convidou para gravar. Rahul Sharma, tablista indiano, tocou em três temas: "Aboio pra Domitilia", "Gira da Gangira" e "Baião do Mundo". Bintang Manira, da Indonésia, tocou um trio de tambores (kendang) de seu país, com um ritmo que se mesclou muito bem com o Ijexá, na faixa que abre o CD, "O Amor de Lakshmi Oxum". A dinamarquesa Elisabeth  Dichmann, que na época estudava violino estilo indiano em Délhi, gravou na faixa "Baião do Mundo". Alfredo Contou ainda com a honrosa participação do korista Madou Sidiki Jobarteh, do Mali, membro de uma família de Griots. Ele é um dos mais importantes koristas da atualidade, já tocou com Amadou e Mariam e toca com Damon Alban do Blur, entre outros.

                   Junto com Madou, um grande mestre de cultura do norte da Índia, Lhaka Khan,  tocaram  o sindi sarangi, violino tocado de pé, da Índia. Lhaka e Madou finalizam, lindamente, o álbum, com a faixa "Ciranda dos Desertos". Voltando ao Brasil, em dezembro de 2014, o músico convidou alguns membros da sua banda "Gente de todo lugar" para gravarem os ritmos: Ijexá, Baianá, Congo de Ouro, Baiões apimentados, Coco e Ciranda. Além desses, um convidado especial, o Boiadeiro Cipó Preto F.P, que aboiou para sua mãe Domitilia, na faixa "Aboio pra Domitilia", e a participação do Maracatu Imaginário Mundo Melhor, da Bomba do Hemetério - Recife/PE

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