Uma viagem sonora
Caros leitores, conhecem
ou já ouviram falar de Alfredo Bello –DJ Tudo? O destaque desta semana vai para
o CD “Gaia Música- DJ Tudo E Sua Gente De Todo Lugar” que conquistou o prêmio
de melhor álbum na categoria Eletrônico do 27° Prêmio da Música Brasileira, que
aconteceu na quarta (22), no Theatro Municipal do Rio de Janeiro. O álbum é o
quinto da carreira e o primeiro de uma série de discos sobre encontros culturais,
no primeiro ouviremos nove faixas do Brasil, Norte da Índia, Indonésia e Mali.
Um disco de cultura do mundo para ser ouvido com atenção para apreciar os
detalhes da rica sonoridade.
Podemos dizer que Alfredo Bello (Luiz
Alfredo Coutinho Souto) acredita na música tradicional e cultural que se faz nos
quatro cantos do mundo, pois é dela que ele se alimenta e nos devolve com álbuns
temáticos, verdadeiros tesouros musicais. O artista é premiadíssimo por sua
fusão de culturas e faz seus registros através de seu selo “Mundo Melhor”.
O projeto deste disco teve início em novembro de 2014, na ocasião da ida
a Nova Délhi, para tocar no Amarass Festival, onde começou a conceber e
organizar o material que se transformou no Gaia Música volume 1.Viajou com
várias ideias e seu equipamento, lá encontrou com os Barmer Boys, trio do
Rajastão, norte da Índia. Eles são de tradição sufi, herdeiros da antiga classe
dos músicos que tocavam para os Rajás, no Império Mongol. Cantaram e tocaram em
três temas:"Paan Khilaydo", "Doro" e "Allah",
além da percussão da faixa "Pequeno divertimento".
Durante o Amarass Festival, o artista conheceu
três músicos e os convidou para gravar. Rahul Sharma, tablista indiano, tocou
em três temas: "Aboio pra Domitilia", "Gira da Gangira" e
"Baião do Mundo". Bintang Manira, da Indonésia, tocou um trio de tambores
(kendang) de seu país, com um ritmo que se mesclou muito bem com o Ijexá, na
faixa que abre o CD, "O Amor de Lakshmi Oxum". A dinamarquesa
Elisabeth Dichmann, que na época
estudava violino estilo indiano em Délhi, gravou na faixa "Baião do
Mundo". Alfredo Contou ainda com a honrosa participação do korista Madou
Sidiki Jobarteh, do Mali, membro de uma família de Griots. Ele é um dos mais
importantes koristas da atualidade, já tocou com Amadou e Mariam e toca com
Damon Alban do Blur, entre outros.
Junto com Madou, um grande mestre de
cultura do norte da Índia, Lhaka Khan, tocaram o sindi sarangi, violino tocado de pé, da
Índia. Lhaka e Madou finalizam, lindamente, o álbum, com a faixa "Ciranda
dos Desertos". Voltando ao Brasil, em dezembro de 2014, o músico convidou
alguns membros da sua banda "Gente de todo lugar" para gravarem os
ritmos: Ijexá, Baianá, Congo de Ouro, Baiões apimentados, Coco e Ciranda. Além
desses, um convidado especial, o Boiadeiro Cipó Preto F.P, que aboiou para sua mãe
Domitilia, na faixa "Aboio pra Domitilia", e a participação do
Maracatu Imaginário Mundo Melhor, da Bomba do Hemetério - Recife/PE
Produção sensacional!
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