Edição e revisão: Patrícia Chammas
Do interior para o mundo
Localizada a 160 km da capital
paulista, Cordeirópolis acaba de presentear não só a seus munícipes, mas a
todos nós, que lutamos pela qualidade da música brasileira. Débora Vidoretti,
cantora que também é enfermeira, lança seu primeiro CD, “Sonora”. Apresentando 13
temas produzidos por Emanuel Massaro e Marcos Martin, o álbum é um deleite ao
bom gosto. Vidoretti é dona de uma voz potente, porém suave – um
verdadeiro remédio para os males da alma.
A artista também ministra aulas
de canto na escola de música Vila Jazz, em Limeira e, desde 2008, participa de
projetos com o grupo Cunhatã, empenhado no resgate do samba tradicional. Débora
é realmente um achado para música brasileira. Ela emociona com seu canto e a
poesia que o veste.
O CD abre com a balada “Olhos de
Ver” (Otacílio Monteiro/Emanuel Massaro), mostrando que a cantora domina bem os
vários registros vocais. A música é boa, tem uma boa letra e um arranjo à altura.
Uma das canções mais belas do disco, “Cantiga das Sete Luas” (Otacílio
Monteiro/Emanuel Massaro), tem a doce voz de Débora, o dedilhar de Emanuel ao
violão e a percussão marcante de Melina Cabral entregues aos versos: “Quero as
sete luas, que têm sete vidas/E dão quatro voltas/Ao redor do tempo cada uma
delas/Quero as sete luas pra fazer-te delas, para que sejam tuas!”. A canção que dá nome ao primeiro álbum de
muitos que virão, “Sonora” (Otacílio Monteiro/Emanuel Massaro), é um autêntico samba
que, em sua letra, faz referências a nomes como Tim Maia, Os Mutantes, Caetano,
Gil, Gal, Bethânia, Roberto, Tom Zé, Nara, Nana, Ney, Dorival. Vale viajar
nesses enredos. Débora é a interprete das canções do companheiro de vida e
palco, Emanuel Massaro. Agora ela dá vida à bela “Paisagens”.
Um dueto poético, arrebatador, cheio
de emoção, se ouve na canção “Mana”, em que a cantora divide os versos com o
marido ao violão, e com Matheus Marconi ao piano. Um belo samba canção composto
por Antonio Lugão, “Rosa Negra”, ganha de Vidoretti uma interpretação sublime.
Por mais que a grande mídia nos empurre goela a baixo essa musiquinha sem
conteúdo e plastificada, sempre vai aparecer uma Débora Vidoretti para nos salvar.
A próxima canção, “Mago das Palavras (Pro Oswaldo!)” é dedicada ao cantor e
compositor Oswaldo Montenegro. Composta por Emanuel Massaro, o tema tem uma
pegada mais rock e a voz de Débora desfila os versos da canção intercalando com
“Estrelas”, de Oswaldo. É de uma beleza única. “Ruas” (Otacílio
Monteiro/Emanuel Massaro) fala da cidade, suas ruas, calçadas e saudades. Uma
moda de viola daquelas que nos roubam lágrimas dos olhos é o que se ouve em
“Réquiem para Uma Fera” (João Lejambre). Mais um bom samba, “Solo” (Otacílio
Monteiro/Emanuel Massaro/Antonio Lugão), chega na sequência. Para finalizar
ainda ouviremos “Difícil” (Emanuel Massaro), “Que Bonito É” (Claudio Vigerelli)
e a canção mais bonita desse primeiro álbum, na minha humilde concepção,
“Saudade” (Antonio Lugão). Vida longa na arte de encantar, Débora Vidoretti!
Muito Obrigada!
ResponderExcluire Vida Longa à Boa Música!
abraços
Cura, realmente, os males da alma! Mais do que uma excelente e refinada interpretação, Débora nos emociona com a entrega da voz sempre deliciosamente delicada! Músicas de primorosa qualidade, músicos de indiscutível talento. Vida longa ao grupo e ao Sonora! Parabéns, queridos!!!
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